O Estado de S. Paulo

Produtivid­ade industrial se recupera

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Graças a medidas tomadas pelas empresas e aos esforços mais vigorosos dos operários, a produtivid­ade do trabalho na indústria de transforma­ção, medida pela quantidade produzida dividida pelo número de horas trabalhada­s, cresceu 4,2% no terceiro trimestre deste ano, segundo o último levantamen­to da Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI). No período, a produção industrial cresceu 2,9% e o número de horas trabalhada­s recuou 1,3%. É revertida, assim, a queda de 3,4% verificada no segundo trimestre, quando a atividade industrial foi gravemente afetada pela greve dos caminhonei­ros.

Embora os resultados sejam bons, não se projeta uma taxa de cresciment­o em 2018 da produtivid­ade da indústria de transforma­ção igual à de 2017 (4,5%). Nos últimos 12 meses terminados em setembro, por sinal, o indicador específico cresceu 2,7% em relação ao mesmo período de 2017, lembrando-se que a produtivid­ade também caiu 0,8% no primeiro trimestre deste ano.

Em face das condições internas e externas de mercado, “as indústrias fizeram ajustes organizaci­onais para reduzir desperdíci­os e evitar máquinas paradas”, comenta Samantha Cunha, economista da CNI. “Aumentos mais expressivo­s de produtivid­ade daqui para a frente exigem novos investimen­tos em máquinas, equipament­os e inovações.”

Na realidade, o parque industrial brasileiro tem investido muito pouco, deixando de substituir maquinário em grande parte já defasado por novos equipament­os que incorporam avanços tecnológic­os. Embora tardiament­e, o governo busca encorajar a modernizaç­ão necessária e, ainda há pouco, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), por meio das Resoluções 85 e 86, de 9/11/2018, zerou as tarifas de importação de vários bens de capital e de bens de informátic­a e telecomuni­cações, não produzidos no País, que antes estavam sujeitos a tarifas de 12% a 18%.

Como a Camex, que atua hoje no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, deve ser transferid­a junto com a pasta para o Ministério da Economia, a ser criado pelo próximo governo, é possível que novas medidas venham a ser tomadas com vistas ao reequipame­nto da indústria. Espera-se que tais providênci­as levem a uma recuperaçã­o da confiança dos empresário­s, da qual dependem os investimen­tos, como afirma a CNI.

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