O Estado de S. Paulo

Black Friday deve movimentar R$ 3,27 bi

Segundo CNC, vendas devem ter alta real de 2,2% em relação a mesma data de 2017

- Daniela Amorim / RIO Gabriel Wainer/ ESPECIAL PARA O ESTADO

O comércio varejista deve movimentar R$ 3,27 bilhões em vendas durante as promoções da Black Friday deste ano, segundo dados da Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se a previsão se confirmar, o aumento será de 2,2% em relação às vendas da mesma data no ano passado, já descontada a inflação.

O mês de novembro para o varejo brasileiro, até 2010, era considerad­o fraco pelos varejistas. A partir da difusão da Black Friday, o mês que antecede o Natal passou a apresentar todos os anos, desde então, um pico de vendas, consolidan­do o “evento”, que neste ano se dará na próxima sexta-feira, dia 23.

As promoções da data passaram a fazer diferença no varejo principalm­ente nos segmentos de eletroelet­rônicos, utilidades domésticas, móveis, eletrodomé­sticos, livrarias e papelarias. Em 2010, o varejo movimentou R$ 1,88 bilhão na data. Nos anos seguintes, mais setores passaram a aderir a às promoções, ampliando as opções de desconto para os consumidor­es.

De acordo com o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, ainda falta engajament­o das lojas de roupa. “A Black Friday vem ganhando volume ano a ano, porque alguns setores do varejo demoraram um pouco para embarcar nas promoções da data. As vendas cresceram mais naqueles segmentos em que o varejo eletrônico é um pouco mais forte. O varejo de vestuário até está online, mas é muito pulverizad­o”, explicou.

Para Túlio Saraval, sócio diretor da Sorocred, empresa de cartões de crédito, o aumento no faturament­o e nas vendas também se deve, em parte, à recuperaçã­o da confiança do consumidor. “O cliente precisa estar confiante de que não vai perder seu emprego, que sua situação está estabiliza­da ou melhorando. Em outubro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas

Subir para cair

Novembro não é a hora de garimpar preços. Para o Idec, a pesquisa feita hoje já está muito comprometi­da, pois os preços já podem ter sido artificial­mente elevados para simular descontos. avançou 4,0 pontos, o que aponta que o consumidor está mais confiante e esperanços­o quanto aos próximos meses. Isso tem um impacto direto nas vendas”, afirma Saraval.

Fique de olho. Para quem está querendo aproveitar as promoções, Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), diz que novembro já não é o melhor mês para garimpar preços. Segundo ela, a pesquisa feita hoje já está muito comprometi­da, pois nessa época os preços podem ter sido artificial­mente elevados para simular descontos.

De acordo com a economista, para quem se planeja com antecedênc­ia de pelo menos três meses, a Black Friday pode ser uma boa oportunida­de de negócios. Sem o monitorame­nto de preços prévios, no entanto, é difícil fazer bons negócios.

Ione Amorim acrescenta, ainda, que o efeito manada na hora das compras pode levar o consumidor ao sentimento de “estar perdendo alguma coisa”, o que resulta em compras por impulso: “Muitas vezes a pessoa está comprando algo que ela não tem nenhuma necessidad­e, mas ela foi psicologic­amente estimulada.”

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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO Oferta. Cartaz apresenta liquidação para a Black Friday na rua Oscar Freire, em São Paulo

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