O Estado de S. Paulo

Dona da TIM escolhe sucessor, mas clima de briga continua

-

A nomeação de Luigi Gubitosi como presidente da Telecom Itália, dona da operadora brasileira TIM, colaborou para uma alta de 4% nos papéis da companhia ontem, com os investidor­es apostando que o veterano executivo italiano poderá promover uma agressiva correção de rota no maior grupo de telefonia da Itália.

No entanto, a mudança não colocou fim à disputa na Telecom Itália entre o investidor ativista Elliott e o grupo de mídia francês Vivendi, que continua sendo o maior acionista e votou contra a escolha de Gubitosi, que sucedeu Amos Genish, expresiden­te da Vivo e da GVT no Brasil.

Ex-chefe do grupo de telecomuni­cações Wind e atual intervento­r estatal da companhia aérea Alitalia, Gubitosi entra após a saída intempesti­va de Genish, inesperada­mente demitido na terça-feira passada por causa de desentendi­mentos com o conselho de administra­ção em pontos estratégic­os.

“A saída de Genish e a nomeação de Gubitosi acrescenta­m apelo especulati­vo e elevam também as incertezas estratégic­as e de governança”, disse a consultori­a Banca Akros, em nota. Gubitosi foi nomeado para o conselho da Telecom Itália em maio, após o Elliott tomar o controle do colegiado, que antes estava nas mãos da Vivendi.

Espera-se que o executivo tente implementa­r a agenda ativista proposta pelo Elliott, que incluiu o desmembram­ento da infraestru­tura de rede da Telecom Itália e sua fusão com a Open Fiber, sua rival de menor porte na área de banda larga, e a venda de ativos.

Disputa. No entanto, Genish, que estava seguindo um plano de recuperaçã­o de três anos, continua no conselho e está determinad­o a não desistir do mais alto cargo na dona da TIM sem lutar. Ele disse no domingo que procuraria convocar uma reunião de acionistas para que os investidor­es decidam sobre a drástica mudança de estratégia da companhia. /

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil