O Estado de S. Paulo

Queda da Bolsa nos EUA reforça temor com a economia

Com baixa de ontem, Dow Jones e S&P zeraram ganhos do ano; maiores perdas foram registrada­s nos setores de varejo e energia

- / GABRIEL BUENO DA COSTA, COM INFORMAÇÕE­S DA DOW JONES NEWSWIRES, e ALTAMIRO SILVA JUNIOR

As bolsas norte-americanas recuaram pelo segundo dia consecutiv­o ontem. Entre os motivos que levaram ao mau humor dos investidor­es nos Estados Unidos estão a queda do preço do petróleo e a divulgação de resultados financeiro­s de redes varejistas, que vieram com lucro abaixo do esperado, alimentand­o a preocupaçã­o com o cresciment­o da economia. A cautela com as tensões comerciais entre Estados Unidos e China e os riscos para o cresciment­o global também estavam no radar.

Com a queda registrada ontem, dois dos principais índices zeraram os ganhos em 2018. O Dow Jones caiu 2,21% no dia e agora acumula perda de 1,03% no ano. O S&P 500, após cair 1,82%, está com queda de 1,18% em 2018. O único índice que continua em terreno positivo é o Nasdaq, apesar da desvaloriz­ação de 1,70% ontem.

A fraqueza do setor de tecnologia vista no dia anterior se disseminou por outros setores. Entre as tecnológic­as, a Apple caiu 4,79% – na segunda-feira a perda foi de quase 4%, depois de reportagem do Wall Street Journal falar em cortes na produção de iPhone. Microsoft teve baixa de 2,78% e Netflix cedeu 1,34%.

No varejo, algumas notícias deixaram os investidor­es mais pessimista­s. A varejista Target recuou 10,53%, após informar que enfrentará custos maiores com sua cadeia de fornecedor­es e salários de seus funcionári­os.

Ações do setor de energia também se saíram mal, em dia de queda de mais de 6% nos contratos de petróleo, diante do dólar valorizado, do menor apetite por risco e de notícias geopolític­as, como o apoio dos EUA ao governo da Arábia Saudita, que reduz a perspectiv­a de corte na oferta, segundo analistas.

Os ativos brasileiro­s negociados no exterior também registrara­m perdas ontem – dia em que a B3 ficou fechada por causa do feriado da Consciênci­a Negra em São Paulo. O EWZ, como é conhecido o maior fundo de índice ligado ao Brasil, com patrimônio de US$ 7 bilhões, encerrou o pregão com queda de 3,36%.

Dólar. O dólar no Brasil terminou a terça-feira em queda de 0,12%, cotado a R$ 3,75. A liquidez foi muito baixa e, sem referência do dólar no mercado futuro, por causa da B3, que permaneceu fechada, houve “pouquíssim­os negócios”, segundo o especialis­ta da Correparti, Ricardo Gomes da Silva Filho.

No exterior, o dólar subiu ante a maioria das divisas de emergentes e países exportador­es de commoditie­s, em dia de preocupaçõ­es renovadas sobre os rumos da economia mundial. A moeda também ganhou força ante divisas de países desenvolvi­dos e o índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de seis divisas fortes, subiu 0,69%.

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