Queda da Bolsa nos EUA reforça temor com a economia
Com baixa de ontem, Dow Jones e S&P zeraram ganhos do ano; maiores perdas foram registradas nos setores de varejo e energia
As bolsas norte-americanas recuaram pelo segundo dia consecutivo ontem. Entre os motivos que levaram ao mau humor dos investidores nos Estados Unidos estão a queda do preço do petróleo e a divulgação de resultados financeiros de redes varejistas, que vieram com lucro abaixo do esperado, alimentando a preocupação com o crescimento da economia. A cautela com as tensões comerciais entre Estados Unidos e China e os riscos para o crescimento global também estavam no radar.
Com a queda registrada ontem, dois dos principais índices zeraram os ganhos em 2018. O Dow Jones caiu 2,21% no dia e agora acumula perda de 1,03% no ano. O S&P 500, após cair 1,82%, está com queda de 1,18% em 2018. O único índice que continua em terreno positivo é o Nasdaq, apesar da desvalorização de 1,70% ontem.
A fraqueza do setor de tecnologia vista no dia anterior se disseminou por outros setores. Entre as tecnológicas, a Apple caiu 4,79% – na segunda-feira a perda foi de quase 4%, depois de reportagem do Wall Street Journal falar em cortes na produção de iPhone. Microsoft teve baixa de 2,78% e Netflix cedeu 1,34%.
No varejo, algumas notícias deixaram os investidores mais pessimistas. A varejista Target recuou 10,53%, após informar que enfrentará custos maiores com sua cadeia de fornecedores e salários de seus funcionários.
Ações do setor de energia também se saíram mal, em dia de queda de mais de 6% nos contratos de petróleo, diante do dólar valorizado, do menor apetite por risco e de notícias geopolíticas, como o apoio dos EUA ao governo da Arábia Saudita, que reduz a perspectiva de corte na oferta, segundo analistas.
Os ativos brasileiros negociados no exterior também registraram perdas ontem – dia em que a B3 ficou fechada por causa do feriado da Consciência Negra em São Paulo. O EWZ, como é conhecido o maior fundo de índice ligado ao Brasil, com patrimônio de US$ 7 bilhões, encerrou o pregão com queda de 3,36%.
Dólar. O dólar no Brasil terminou a terça-feira em queda de 0,12%, cotado a R$ 3,75. A liquidez foi muito baixa e, sem referência do dólar no mercado futuro, por causa da B3, que permaneceu fechada, houve “pouquíssimos negócios”, segundo o especialista da Correparti, Ricardo Gomes da Silva Filho.
No exterior, o dólar subiu ante a maioria das divisas de emergentes e países exportadores de commodities, em dia de preocupações renovadas sobre os rumos da economia mundial. A moeda também ganhou força ante divisas de países desenvolvidos e o índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de seis divisas fortes, subiu 0,69%.