Indústria espera vendas 17% maiores
Enquanto a discussão sobre o PL dos Agrotóxicos não destrava, o desempenho da indústria de agroquímicos tem sido positivo nos últimos meses. A expectativa do setor é fechar 2018 com faturamento de US$ 10 bilhões, alta de 17% ante os US$ 8,7 bilhões de 2017, segundo o presidente da Adama, Rodrigo Gutierrez. “Até setembro, a receita superou em 26% a de igual período de 2017. Muitos produtores anteciparam as compras para 2018/2019 antes das eleições, com receio de que o dólar se valorizasse muito ante o real.”
As compras se concentraram entre abril e junho, mas em agosto saltaram 98% ante igual mês do ano passado, de acordo com dados do executivo. “Foi quando Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) anunciou que o Haddad poderia concorrer à Presidência; todo mundo achou que o dólar fosse explodir.”
Diversos fatores contribuíram para o maior faturamento em 2018. O primeiro é que os estoques de produtos nas revendas de insumos no início deste ano, de US$ 3,3 bilhões, eram bem menores do que no começo de 2017, de US$ 4,2 bilhões. Para o fim de 2018, Gutierrez prevê que um volume estocado de US$ 2,8 bilhões. “Os estoques na rede de distribuição vêm caindo gradualmente. No ano passado, a receita da indústria foi menor em virtude da devolução de produtos por parte das revendas”, disse.
O bom desempenho do setor de algodão e a previsão de ampliação da área cultivada vão impulsionar os resultados. Contribui também com a maior receita o aumento dos custos de produção e dos preços dos agroquímicos, puxado pelas restrições ambientais impostas pelo governo chinês à indústria química local, que reduziu a oferta de insumos para empresas de defensivos, assim como pela alta do dólar ante o real.