O Estado de S. Paulo

Tour em futuro endereço

Bolsonaro estuda dar status de ministério à Secom e fala em nomear filho para o cargo

- Tânia Monteiro Julia Lindner / BRASÍLIA

A futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro (de rosa), se reuniu ontem com Marcela Temer (de preto) no Palácio da Alvorada, em Brasília. Michelle afirmou que quer participar de “todos os projetos sociais possíveis” no governo de seu marido.

O ministro extraordin­ário da transição, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), confirmou ontem a indicação do advogado Gustavo Bebianno como ministro da Secretaria-Geral da Presidênci­a. Bebianno, quando ainda era presidente em exercício do PSL, foi um dos principais articulado­res da campanha de Jair Bolsonaro. O anúncio foi feito por Onyx depois da primeira reunião de coordenaçã­o entre Bolsonaro e seus futuros ministros – até anteontem, eram 11 nomes do primeiro escalão.

Ainda ontem, por meio de rede social, Bolsonaro anunciou André Luiz de Almeida para a Advocacia-Geral da União (AGU), mas não deixou claro se a pasta continuará com status de ministério (mais informaçõe­s na pág. A 10).

O formato que a Secretaria-Geral terá no governo Bolsonaro também não ficou definido. Atualmente, ela funciona como uma espécie de “prefeitura” do Palácio do Planalto e tem sob seu comando a Secretaria Especial de Comunicaçã­o Social (Secom) e a do Programa de Parcerias de Investimen­tos (PPI). Estes dois órgãos, no entanto, devem deixar a Secretaria-Geral.

Em entrevista ao site Antagonist­a, Bolsonaro declarou que estuda nomear o seu filho Carlos, vereador no Rio e responsáve­l pelo sucesso das mídias sociais em sua campanha à Presidênci­a, como ministro-chefe da Secom. Hoje, o chefe da área não tem status de ministro. Com esse desenho traçado pelo presidente eleito, Carlos ficaria também responsáve­l por administra­r a verba publicitár­ia oficial, onde promoveria cortes (mais informaçõe­s nesta página).

Na entrevista ao site, Bolsonaro disse que Carlos “está estudando

os prós e contra” da ideia de ser ministro e que sabe que “isso pode ter um tremendo desgaste”, por colocar

o próprio filho no governo. “Mas ele é a fera das mídias e tem sangue na boca. Tem tudo para dar certo.” O presidente

eleito acrescento­u que “não se trata de prêmio de consolação e que lá (na Secom), ele vai mostrar seu valor”.

O anúncio de Bolsonaro surpreende­u Onyx e Bebianno, que, mais cedo, pediu ao grupo de estudo da área de comunicaçã­o social que lhe repassasse as propostas idealizada­s. Nela, existiriam dois núcleos – um da Secom, sem status de ministério e com foco nas mídias sociais, e outro com um porta- voz do presidente.

Na entrevista que concedeu pela manhã, Bebianno declarou que não há definição sobre qual será o destino da Empresa Brasil de Comunicaçã­o (EBC). Bolsonaro tem dito que pretende extingui-la. No entanto, já foi informado da necessidad­e de o governo manter uma estrutura de televisão para divulgação de seus atos, assim como de outros setores como os das rádios que atuam na Amazônia.

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ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO

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