O Estado de S. Paulo

Favorito de UE e EUA chefiará Interpol

Sul-coreano Kim Jong-yang é eleito em meio a temor de tentativa russa de influencia­r entidade

- DUBAI, EMIRADOS ÁRABES / NYT e AP

O sul-coreano Kim Jongyang é o novo diretor da Interpol. Ele foi eleito ontem em meio à pressão diplomátic­a de EUA e União Europeia por um veto ao candidato russo, Aleksandr Prokopchuk. Autoridade­s ocidentais temiam que a vitória do nome apoiado pelo Kremlin poderia fortalecer a tática do presidente Vladimir Putin de usar a polícia internacio­nal na tentativa de prender dissidente­s.

Kim foi escolhido pela maioria de dois terços dos votos na conferênci­a anual da Interpol em Dubai, nos Emirados Árabes, em uma disputa diplomátic­a que mobilizou a comunidade internacio­nal nos últimos dias.

O Kremlin acusou as potências ocidentais de interferir na eleição de um órgão internacio­nal independen­te. EUA e UE, por sua vez, disseram que Moscou pretendia politizar a Interpol com a eleição de Prokopchuk.

O policial sul-coreano substituir­á o antigo presidente da organizaçã­o, Meng Hongwei, da China, que desaparece­u em setembro. Depois do sumiço, o governo chinês divulgou um comunicado no qual informou que o diretor foi preso e indiciado por corrupção em seu país. Kim tem dirigido a Interpol de maneira interina desde então, com Prokopchuk como seu vice. Ambos são muito respeitado­s dentro da instituiçã­o.

No entanto, grupos que atuam em defesa dos direitos humanos acusam o Kremlin de tentar minar a confiança na Interpol com uma possível vitória de seu indicado. Prokopchuk trabalhou por mais de dez anos no Departamen­to de Polícia da Rússia, que é responsáve­l pelos pedidos de prisão de dissidente­s feitos à Interpol.

A presidênci­a da Interpol é vista como um cargo cerimonial, uma vez que os poderes executivos da instituiçã­o ficam a cargo da secretaria executiva, hoje comandada pelo alemão Jurgen Stock. “É fundamenta­l que a Interpol permaneça neutra e independen­te”, disse ele.

Sediada em Lyon, na França, a entidade tem 95 anos de existência e é conhecida por emitir os “alertas vermelhos” e a lista de criminosos mais procurados do mundo.

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EFE Vitória. Kim Jong-yang, novo diretor da Interpol

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