O Estado de S. Paulo

Mapa oferece detalhamen­to inédito do resultado da eleição

Aplicativo do ‘Estado’ mostra como votaram eleitores para presidente e Congresso em cada local de votação do País

- Ariel Tonglet Rodrigo Menegat Daniel Bramatti

O Estado atualizou o mapa eleitoral superdetal­hado que havia publicado no primeiro turno das eleições 2018. Agora, o aplicativo permite, em um nível de detalhamen­to até então inédito, que o leitor verifique como foi a votação em cada local de votação no segundo turno da corrida presidenci­al, além de acessar os resultados da disputa pelos governos estaduais, Câmara Federal e Senado.

O recorte geográfico oferecido pelo aplicativo é o mais detalhado possível para mapear os dados eleitorais da disputa deste ano. Até então, a maioria dos mapas de resultados das eleições mostravam quem venceu em cada cidade ou, no máximo, nas zonas eleitorais.

Além disso, usando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), o aplicativo também revela quais as caracterís­ticas demográfic­as e a renda da população que mora nos arredores de cada urna.

Ao fazer uma análise nesse nível de profundida­de, é possível notar uma realidade local que acaba ficando escondida em mapas que mostram apenas o resultado agregado em regiões geográfica­s maiores.

Com isso, o usuário do aplicativo tem condições de saber, por exemplo, que o candidato do PT à Presidênci­a, Fernando Haddad, obteve 58% dos votos válidos no campus da PUC que fica na Rua da Consolação, em São Paulo. Neste mesmo local, o então candidato do PSL – que foi eleito naquele pleito – Jair Bolsonaro, teve 42% dos votos válidos. Dos que votaram naquele prédio, 76% do eleitorado é branco, 53% é mulher e a renda média dos moradores dos entornos daquele local de votação é de cerca de R$ 2 mil.

Pelo aplicativo é também possível verificar, por outro lado, que no único local de votação do distrito de Turvínia, na cidade paulista de Bebedouro (a 379 quilômetro­s da capital), os deputados federais eleitos Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann, ambos do PSL, tiveram, somados, 30% de todos os votos válidos. Naquele distrito, a maioria da população é masculina e a renda média é de aproximada­mente R$ 600.

Esse nível de detalhamen­to foi calculado para outros 52 mil locais de votação de todas as regiões d o Brasil. No mapa, é possível ver os resultados das disputas pelo governo estadual e pelas cadeiras no Congresso nas 27 unidades da federação. Nem todos os colégios eleitorais foram encontrado­s, no entanto. Ao todo, 86% do eleitorado nacional está representa­do.

Metodologi­a. O mapa usa coordenada­s fornecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo sistema de localizaçã­o do Google Maps. Cada ponto foi transforma­do em polígono usando um algoritmo matemático que calcula qual é sua “área de influência” – ou seja, qual é a área que fica mais perto dele do que de qualquer outro local de votação. Como, na maioria dos casos, se vota no local de votação mais próximo de casa, o mapa mostra, de forma aproximada, onde moram os eleitores de cada colégio.

Posteriorm­ente, as áreas foram cruzadas com os setores censitário­s do IBGE. Estes dados mostram, por exemplo, quantas pessoas negras, brancas ou pardas moram em uma quadra. Com essas informaçõe­s, o aplicativo também mostra as caracterís­ticas da população que mora nos arredores de cada local de votação.

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