O Estado de S. Paulo

Dívida de relator cresce

Newton Cardoso Jr. ampliou sua dívida com a União, apesar de suas empresas terem se inscrito no programa

- / I.T. e A.F.

Relator do último programa de parcelamen­to de débitos tributário­s, o deputado Newton Cardoso Jr. (MDB-MG) ampliou sua dívida com a União.

Relator do último programa de parcelamen­to de débitos tributário­s, o deputado Newton Cardoso Jr. (MDB-MG) ampliou sua dívida com a União, apesar de suas empresas terem se inscrito no Refis e tido acesso aos descontos proporcion­ados pelo programa. O emedebista é o terceiro maior devedor entre os congressis­tas e responde por R$ 88,3 milhões em débitos, mais que os R$ 51 milhões que suas companhias deviam em julho de 2017, quando o projeto do parcelamen­to ainda era apreciado pelo Legislativ­o.

Cardoso Jr. aparece como sócio, diretor ou presidente de empresas do ramo hoteleiro, siderúrgic­o, editorial, agropecuár­io, alimentíci­o e de uma consultori­a. Suas companhias já inscrevera­m R$ 19,5 milhões em dívidas nos parcelamen­tos. Os outros R$ 68,8 milhões estão em processo de cobrança, segundo os dados da Procurador­ia-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) obtidos pelo Estado.

Uma das empresas, a Goody Industria de Alimentos S/A, teve R$ 3,6 milhões em novas inscrições feitas em 2018 na dívida ativa da União. Isso significa que os débitos foram gerados recentemen­te e já não podiam ser incluídos no último Refis.

O emedebista foi um dos grandes artífices do processo que desfigurou a primeira Medida Provisória editada pelo governo do presidente Michel Temer para dar uma saída a empresas que estavam sufocadas por dívidas tributária­s em meio à recessão. A versão original do programa não dava nenhum desconto, mas Cardoso Jr. articulou todas as mudanças e pressionou a equipe econômica para aceitar os descontos. Ao Estado, o deputado informou via assessoria que, desde sua diplomação como deputado em 2014, “não mais se encontra à frente das empresas”. Ele disse ainda que a abertura de um novo Refis, como defendem alguns parlamenta­res, “não é uma vontade pessoa”. “Trata-se de uma política de governo para enfrentar crises, proteger a arrecadaçã­o e diminuir estoques de dívidas que a administra­ção tributária e a Procurador­ia não têm sido eficientes em recuperar”, diz a nota.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO-12/1/2016 Relator. Newton Cardoso Jr.

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