O Estado de S. Paulo

Na urna, Suíça rejeita proposta populista

- Jamil Chade CORRESPOND­ENTE / GENEBRA

A população suíça rejeitou ontem por ampla maioria uma proposta de partidos populistas de colocar a Constituiç­ão do país europeu acima do direito internacio­nal e dos tratados. Batizado de “Suíça Primeiro”, numa referência­s às propostas do presidente americano, Donald Trump, o projeto foi derrotado após quatro anos de debates.

Para seus críticos, uma eventual aprovação poderia significar o fim da posição do país de mediador em conflitos internacio­nais e crises.

Segundo dados oficiais, 66,2% da população votou contra a iniciativa de grupos nacionalis­tas que defendiam a “autodeterm­inação”. O resultado foi comemorado por ONGs, empresário­s e pelo governo. Para a ministra da Justiça, Simonetta Sommaruga, os suíços deixaram claro que não querem um sistema que crie problemas com tratados internacio­nais.

O projeto pedia a “preservaçã­o da soberania” da Suíça e a garantia que a população tivesse a última palavra sobre tratados internacio­nais. A iniciativa foi interpreta­da como mais um exemplo de uma ofensiva de extrema direita, que vem ganhando força na Europa e em outros continente­s. Caso aprovada, a lei exigiria que todos os acordos internacio­nais fossem cancelados ou renegociad­os, se não estivessem de acordo com os artigos da Constituiç­ão suíça.

Vacas. Nas urnas, também foi derrotado o projeto que sugeria que fazendeiro­s recebessem quase US$ 200 por ano por vaca em subsídios se o pecuarista deixasse os chifres dos animais crescer. Hoje, eles são incentivad­os a cortá-los para evitar acidentes. Mas o grupo que apoiava a ideia insistia que as vacas estariam “mais felizes” com seus chifres. O “não” venceu com 54% dos votos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil