O Estado de S. Paulo

‘Dois terços das brasileira­s compram luxo fora do País’

- diretora da divisão luxo da L’Oréal Brasil / MÁRCIA DE CHIARA

Oritmo de vendas da divisão de luxo da L’Oréal no Brasil, que inclui marcas como Lancôme, Giorgio Armani, Ralph Lauren, está acelerado este ano. Até setembro, a empresa francesa cresceu dois dígitos, acima da média do mercado. Há um ano no comando da divisão de luxo no País, Roberta Sant’Anna está empenhada em tornar o segmento mais acessível.

Em pesquisa recente, Roberta constatou que dois terços das brasileira­s compram perfumes e cremes quando viajam ao exterior. Ela acha que a cotação favorável do câmbio e a possibilid­ade de parcelar o pagamento devem levar os consumidor­es a comprar esses itens no País. “Quando se compara o preço no Brasil com o de fora, não há grande diferença.”

Como a sra. vê o mercado de luxo no Brasil?

É um mercado com grande potencial. Entre fragrância­s, itens de maquiagem e cuidados para a pele, movimentou R$ 2 bilhões em 2017. Pesquisa mostrou que dois terços das brasileira­s compram produtos de luxo fora do País. A brasileira é apaixonada por produtos de beleza e de luxo. Tem de 4 a 5 fragrância­s e usa cada uma em diferentes ocasiões.

Como fazer esses dois terços consumirem localmente?

Hoje o nível do dólar ajuda o mercado interno. Quando se compara o preço no Brasil de muitos produtos nossos com o preço de fora, incluindo impostos, não há grande diferença. Além disso, comprando aqui é possível parcelar o pagamento, facilidade que não há lá fora. A brasileira não precisa esperar a viagem ao exterior para comprar o produto que tanto quer. Parte das consumidor­as percebeu isso e o mercado está acelerado.

Quanto cresceu a empresa no ano?

Até setembro, a divisão de luxo cresceu duplo dígito acima da média do mercado.

A recessão não pegou o luxo?

Cada vez que o brasileiro reduz as idas ao exterior ele compra mais no mercado local.

É só rico que compra luxo?

Claro que não. Cada vez mais vemos um aumento do número de pontos de venda, onde o luxo está disponível. A internet está aí, então o acesso é para todo mundo. E luxo é uma indulgênci­a. Vemos outras classes comprando luxo porque têm aspiração de ter a marca.

Qual a participaç­ão da classe C nesse consumo?

A pesquisa mostrou que mais de 20% das nossas consumidor­as são da classe C.

A consumidor­a não classifica se é um mercado de luxo ou um mercado massivo. Ela quer o melhor produto para ela e vê muito valor por trás dos produtos de luxo.

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