Deyverson diz que tem ‘sangue verde’ após gol e 1ª conquista
Atacante supera críticas pelo comportamento ‘amalucado’, marca na vitória sobre o Vasco e mostra sua importância
O atacante Deyverson disse ontem amar e estar muito identificado com o clube a ponto de dizer que tem o sangue verde. Depois de marcar o gol do título, o jogador de 27 anos relembrou o quanto sofreu com críticas e momentos ruins na equipe até se superar e entrar para a história como um dos responsáveis pelo decacampeonato brasileiro.
No segundo tempo, o jogador garantiu o 1 a 0 minutos depois de entrar no lugar do colombiano Borja. “Vou comemorar o título com minha família. Estou no Rio, onde nasci e fui criado. Aprendi a amar o Palmeiras de forma que não sei explicar”, afirmou o atacante, que veio em julho do ano passado contratado por R$ 18 milhões, com recursos da Crefisa.
O carioca Deyverson conquistou o primeiro título da carreira em um estádio especial. O atacante frequentava São Januário quando criança para participar de escolinha de futebol do clube. Sentiu uma emoção especial ao chegar ao estádio e pisar pela primeira vez no local como jogador do Palmeiras.
O principal incentivador da carreira foi o pai, Carlos Roberto, que é vascaíno e coordenador de escolinhas de futebol. O irmão de Deyverson, Anderson, foi goleiro de times do Ro.
A coincidência da sua biografia com passagens pelo Vasco deixou o atacante inspirado para refletir sobre a sua trajetória. “Desde pequeno sou vascaíno e até pensava que meu sangue era vermelho. Mas na verdade ele agora é verde. A vontade que sinto vestindo essa camisa do Palmeiras, é como se eu colocasse uma armadura”, afirmou.
A atuação decisiva fez a torcida nas redes sociais o apelidarem de “Deusverson”, saudação bem diferente da vivida no passado. O atacante recebeu críticas pela má fase no começo do ano, quando passou o primeiro semestre inteiro sem marcar. “Ele foi muito massacrado, mas deu a volta por cima e mostrou seu valor”, elogiou Dudu.
Deyverson desabafou sobre os momentos ruins encarados no clube. “Eu sou um cara que recebi muita crítica. Tive algumas polêmicas, mas o grupo nunca me abandonou nem Deus nem minha família. Esse título é para essa torcida maravilhosa”, disse. Além disso, o jogador também sofreu com expulsões. Em um momento da temporada, acabou suspenso ao mesmo tempo das três competições disputadas pelo clube.
O atacante comparou que a proteção e apoio do elenco funcionou como um “casco de tartaruga” para preservá-lo. O técnico Luiz Felipe Scolari também contribuiu nesta tarefa, mas Deyverson fez questão de citar o treinador Cuca, o responsável por bancar a sua contratação, no ano passado.
“Eu fui criticado. Mas também me aplaudiram, incentivaram bastante. Pude mostrar que sou um cara dedicado”, disse o jogador, que neste ano tem 41 jogos e dez gols marcados.
O jogador que fala depressa e parece sempre muito nervoso dentro de campo terá uma semana de bastante ansiedade. No próximo domingo, ele vai comemorar pela primeira vez um título e erguer uma taça de campeão. Pelo Alavés, na Espanha, Deyverson chegou a ser vice da Copa do Rei, ao perder a final para o Barcelona, em maio de 2017.