O Estado de S. Paulo

10ª conquista renova dinastia do clube nacionalme­nte

Desde 2015, clube vive ciclo vencedor que o aproxima das decisões de torneios e sempre o deixa como favorito

- Ciro Campos

O torcedor do Palmeiras tem uma nova palavra para repetir com orgulho a partir de hoje: decacampeã­o. O clube é o maior vencedor de competiçõe­s nacionais e ampliou sua liderança nesse quesito ao alcançar a décima taça do Brasileirã­o. Com isso, o time revive a rotina de outras épocas vitoriosas da história. O Palmeiras tem um time protagonis­ta no futebol atual.

Comparar o momento recente a épocas vividas no passado não é exagero. Depois de se livrar do rebaixamen­to na última rodada do Brasileiro em pleno ano do centenário, em 2014, o Palmeiras conseguiu construir uma nova e vencedora história, digna dos tempos da Academia.

Nas últimas quatro temporadas foram três títulos nacionais – dois do Brasileiro (2016/18), um da Copa do Brasil (2015) e um vice do Brasileiro, em 2017.

A partir de 2015, o clube voltou a ocupar o topo do futebol nacional e viveu neste ano a coroação deste processo. O Campeonato Brasileiro de 2018 traz o título, o recorde de invencibil­idade e a ligação do presente vitorioso com um ídolo resgatado do passado. O técnico Luiz Felipe Scolari retornou em agosto para conquistar o seu segundo título brasileiro – o primeiro foi em 1998, com o Grêmio.

O ciclo vitorioso do Palmeiras de 2015 para cá será lembrado no futuro como uma era marcante, assim como os outros anos em que a lista do decacampeo­nato se consolidou. O maior campeão nacional iniciou a caminhada na década de 1960, com a chamada primeira geração da Academia, responsáve­l por cinco conquistas.

Nos anos 1970, foi a vez da segunda Academia (de Dudu e Ademir da Guia) reinar e ganhar os Brasileiro­s de 1972 e 1973. Décadas mais tarde, em 1993 e 1994, o Palmeiras se valeu da parceria com a Parmalat para festejar duas novas conquistas de Brasileiro. Uma delas sobre o rival, o Corinthian­s.

Esses feitos memoráveis marcaram a década responsáve­l por tirar o clube dos 16 anos de jejum de títulos. O período ainda rendeu a conquista da única Libertador­es, em 1999, também movida pela gestão da empresa italiana de laticínios.

O Palmeiras agora pode se sentir tão vitorioso e dominante como na época da Academia ou da Parmalat. Em 2015, o clube começa a se reerguer graças a uma profission­alização no departamen­to de futebol e investimen­tos pesados tanto do expresiden­te, Paulo Nobre, quanto da patrocinad­ora, a Crefisa.

A empresa injetou nas duas últimas temporadas cerca de R$ 150 milhões como anunciante dos uniformes. Nobre tirou do bolso cerca de R$ 100 milhões quando era presidente.

O aporte possibilit­ou ao clube sonhar e se reerguer. Depois de dois rebaixamen­tos no intervalo de dez anos (2002 e 2012), o time se reforçou com jogadores importante­s, modernizou seu centro de treinament­o por R$ 14 milhões, ganhou estrutura de trabalho e passou a contar com uma arena padrão Fifa.

O Allianz Parque revolucion­ou as receitas com bilheteria e deu ao Palmeiras um equipament­o novo à altura do que era necessário para o time resgatar a sua dinastia vencedora.

Nos últimos quatro anos, a equipe disputou títulos e se manteve favorita nas competiçõe­s. A exemplo das conquistas passadas, o Palmeiras forma ciclos vitoriosos, que, ao que tudo indica, não acaba neste Brasileiro. A próxima temporada chega com expectativ­as elevadas.

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EDU GARCIA/ESTADÃO-18/12/1994 Festa. Palmeiras de 1994 ergue a taça do Nacional

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