O Estado de S. Paulo

Pura diversão

Avaliamos o 911 GT3 RS, novo Porsche vendido por R$ 1,2 milhão.

- Diego Ortiz diego.ortiz@estadao.com

OPorsche 911 GT3 RS é muito rápido. O tempo que uma pessoa demora para ler essa frase é quase o mesmo que o cupê alemão leva para acelerar de 0 a 100 km/h: 3,2 segundos. Por R$ 1,242 milhão, o esportivo se parece muito com um carro de corrida.

Sob o capô, o GT3 RS tem um motor boxer 4.0 de seis cilindros aspirado que joga 520 cv e 47,9 mkgf para as rodas traseiras. O câmbio é automatiza­do de duas embreagens e sete marchas programado para pista. O que mais impression­a no conjunto é o poder de arrancada e quanto o motor gira para gerar toda a potência: até 9 mil rpm.

Na avaliação, no Autódromo de Interlagos, a impressão foi de que o motor não para nunca de buscar força (o torque máximo chega a altos 6 mil rpm), sendo levado por trocas imperceptí­veis do câmbio. Uma pista inteira homologada para a Fórmula 1 não foi o suficiente para chegar sequer perto de tudo que esse boxer 4.0 pode fazer, o que mostra o poder desse 911.

O GT3 RS cativa tanto pelo controle quanto pelo vigor. É impression­ante o que ele faz de curva e o quanto freia, mesmo em situações-limite.

A suspensão traseira Multilink com barras antirrolag­em trabalha em conjunto com os pneus 325/30 ZR 21 (na frente são 265/35 ZR 20) e o aerofólio novo, mais eficiente. Esses recursos fazem com que o Porsche fique grudado no chão e tornam praticamen­te impossível perder o controle do carro.

O GT3 tem sistemas como controle eletrônico de vetorizaçã­o do torque e de bloqueio do diferencia­l, esterçamen­to do eixo traseiro e juntas esféricas de conexão com o chassi, que reduzem a rolagem da carroceria. Isso sem falar dos controles eletrônico­s de tração e estabilida­de e do ABS de dois estágios.

Os freios com discos feitos de compósito de cerâmica permitem frear o GT3 praticamen­te dentro da curva, retardando a queda de giro do motor. E com um adendo: os freios de cerâmica ficam ainda mais eficientes quando são aquecidos, condição ideal para um circuito de corrida, que sempre exige muito do sistema de frenagem.

Os bancos esportivos abraçam o motorista e único passa-

geiro e o volante revestido de alcântara tem toque macio e firme. A ergonomia, como é comum aos bons esportivos, é perfeita e deixa o motorista 100% alinhado e reto em relação à pista, rua ou rodovia. É só acelerar, frear e esterçar sem contorcion­ismo.

Mesmo com tudo isso, o 911 GT3 RS ainda lembra um carro de uso “normal”. Há sistema multimídia, porta-malas (de 125 litros, é verdade) e faróis de LEDs. As saídas de ar-condiciona­do e o botão que liga os faróis têm muito em comum com outros modelos do Grupo Volkswagen, do qual a Porsche faz parte.

Se o carro de uso diário estiver fora de combate, dá para ir de Porsche ao mercado do bairro sem ficar enganchado em uma valeta. Mas não espere painel virtual ou câmeras.

O GT3 RS é um carro bruto. Esse Porsche até aceita desaforo na pista, mas mimos, não.

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SÓ CIRCULA NA GRANDE SP
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Banco tem desenho ergonômico e impede que o motorista fique escorregan­do para os lados. Sistema multimídia faz parte do pacote de itens de conforto
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FOTOS: LUCA BASSANI/DIVULGAÇÃO Entradas de ar maiores e para-choque mais robusto dão um ar esportivo
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FONTE: PORSCHE Aerofólio novo deixou o GT3 RS até 40% mais grudado no chão

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