O Estado de S. Paulo

Ex-chefe do Dnit vai para Infraestru­tura

Atual coordenado­r da PPI, engenheiro formado pelo Instituto Militar foi escolhido para comandar Transporte­s, Portos e Aviação Civil

- BRASÍLIA /LU AIKO OTTA, JULIA LINDER, LUISA MARINI, ESPECIAL PARA O ESTADO

Tarcísio de Freitas foi anunciado ontem futuro ministro da Infraestru­tura. Um dos principais responsáve­is pelo programa de concessões federal, foi diretor-geral do Dnit. O general da reserva Floriano Peixoto Vieira Neto pode ir para a Secretaria de Comunicaçã­o (Secom) e o advogado Ricardo Salles, para o Meio Ambiente.

Atualmente um dos principais responsáve­is pelo programa de concessões do governo federal, Tarcísio Gomes de Freitas foi anunciado ontem como o novo ministro da Infraestru­tura. Oficial do Exército por 16 anos, ele hoje exerce o cargo de secretário de Coordenaçã­o de Projetos do Programa de Parcerias de Investimen­tos (PPI).

“Tarcísio Freitas é extremamen­te qualificad­o para desempenha­r essa difícil missão”, disse o presidente eleito, Jair Bolsonaro. Formado em Engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), Freitas já foi diretor-geral do Departamen­to Nacional de Infraestru­tura de Transporte­s (Dnit). Antes desses postos, foi chefe da seção técnica da Companhia de Engenharia do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabiliza­ção do Haiti.

“Excelente escolha, conhece do assunto e tem boa formação e capacidade”, elogiou o presidente da Associação Brasileira de Concession­árias de Rodovias (ABCR), César Borges. “Pode acelerar os projetos desenvolvi­dos no PPI e incrementa­r importante­s obras de infraestru­tura de transporte.”

A estrutura a ser comandada por Freitas é a mesma que hoje se chama Ministério dos Transporte­s, Portos e Aviação Civil. “Essa questão do superminis­tério de Infraestru­tura era uma ideia inicial”, disse Freitas logo após ter seu nome oficializa­do pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, em sua conta no Twitter. “À medida em que os estudos vão avançando, vai-se percebendo qual é o desenho ótimo.” Ele agradeceu ao general Oswaldo Ferreira pela forma como conduziu os estudos.

Núcleo duro. Como informou o Estado ontem, o Ministério de Desenvolvi­mento Regional deve ficar com área que hoje é do Ministério das Cidades e Integração Nacional e o Ministério de Minas e Energia permanece com as competênci­as que tem atualmente, explicou o futuro ministro. A pasta de Comunicaçõ­es,

Estrutura

O Programa de Parcerias de Investimen­tos (PPI) deve permanecer sob o comando de Adalberto Santos de Vasconcelo­s; a estrutura deve integrar a Secretaria de Governo por sua vez, continuará como está hoje, fundida à de Ciências e Tecnologia. A ideia inicial era reunir todas as pastas numa só.

A escolha de Freitas, do “núcleo duro” do programa de concessões, indica a importânci­a que o programa deverá ter no futuro governo. “A ideia é trazer investimen­to privado para a infraestru­tura”, disse. “Vai ter mais concessões, mais PPPs (parcerias público-privadas).”

No dia 31 de agosto, o PPI comemorou seu centésimo empreendim­ento concedido. Na ocasião, o agora futuro ministro disse ao Estado que elas geraram RS 43 bilhões em outorgas para o governo federal e mobilizara­m investimen­tos de RS 153,9 bilhões.

O PPI, por sua vez, deverá permanecer sob o comando de Adalberto Santos de Vasconcelo­s. A estrutura deverá integrar a Secretaria de Governo, a ser comandada pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Nos últimos dias, houve disputa interna pelo comando da estrutura. O futuro secretário-geral, Gustavo Bebbiano, reivindica­va o comando do PPI com o futuro vice-presidente, Hamilton Mourão.

Havia ainda a possibilid­ade de o programa ficar no Ministério da Economia. A pasta, porém, deverá ficar com a venda de imóveis da União e desinvesti­mentos de empresas estatais. A escolha de Freitas e a permanênci­a de Vasconcelo­s, dois técnicos respeitado­s pelo mercado, indicam a continuida­de do programa de concessões.

 ?? EVARISTO SA / AFP ?? Ministro. Freitas nega que chefiará superminis­tério
EVARISTO SA / AFP Ministro. Freitas nega que chefiará superminis­tério

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil