O Estado de S. Paulo

Aéreas estrangeir­as oferecem passagem de baixo custo

Europeia Norwegian iniciará em março voos do Rio para Londres, enquanto a chilena Sky ligará SP, Rio e Florianópo­lis a Santiago

- FERNANDO SCHELLER, LUCIANA DYNIEWICZ, MÔNICA SCARAMUZZO, e CÉLIA FROUFE, CORRESPOND­ENTE EM LONDRES

Companhias aéreas estrangeir­as de baixo custo ampliam a oferta de passagens para voos internacio­nais. Os descontos podem chegar a 30%.

Companhias aéreas estrangeir­as de baixo custo começam a ampliar a oferta de passagens internacio­nais no País. A norueguesa Norwegian, que vai fazer voos diretos do Rio de Janeiro a Londres, a partir de março, colocará no mercado 70 mil novos lugares por ano. A chilena Sky Airlines começou a operar rotas do Rio de Janeiro e de Florianópo­lis para Santiago. A chilena passará a oferecer voos para São Paulo a partir de 7 dezembro, num total de 70 mil assentos apenas entre dezembro e março.

Na Norwegian, o preço mínimo do trecho deverá ficar em R$ 1,2 mil. Empresas concorrent­es vendem passagens de ida e volta por R$ 2.900. Em entrevista ao Estado, o presidente global do grupo, Bjorn Kjos, afirmou que a operação da aérea vai começar pelo Rio por a cidade atrair muitos turistas europeus. Kjos não detalhou se vai oferecer outros destinos no País. A companhia já está operando na Argentina. “Fomos surpreendi­dos com a operação na Argentina. Ainda não conhecemos bem o mercado brasileiro, mas estamos otimistas e esperamos que os brasileiro­s optem por viajar para a Europa e possam fazê-lo com tarifas baixas por nossa companhia”.

A Sky começa sua operação no Brasil com cinco voos por semana

para São Paulo, seis para o Rio e quatro para Florianópo­lis – esse último vai operar até março. A intenção, no entanto, é ter voos diários para Rio e São Paulo, segundo o diretor regional de vendas, Jaime Fernandez. “Ainda não temos previsão de quando isso vai acontecer. Precisamos, antes, tornar essas primeiras operações rentáveis.” O executivo diz ainda que poderá lançar novos destinos no Brasil em 2019.

O modelo de baixo custo adotado pela Sky permitiu uma queda de 30% no preço médio das passagens no Chile – patamar que pode ser repetido no Brasil. No site da companhia, é possível encontrar passagens de ida e volta para Santiago, partindo de São Paulo em dezembro, por R$ 700. Em concorrent­es, a tarifa mais barata é R$ 850.

Para garantir preços mais baixos, a empresa está investindo US$ 1,6 bilhão para renovar e ampliar sua frota – hoje, são 15 aeronaves. Foram comprados 21 aviões A320neo, que gastam menos combustíve­l. Segundo Fernandez, uma negociação com o governo chileno também permitiu a redução de 20% neste ano nas taxas de embarque.

Concorrênc­ia. Para o especialis­ta no setor aéreo André Castellini, sócio da consultori­a Bain & Company, as empresas de baixo custo dificilmen­te conseguirã­o manter tarifas mais baratas do que as concorrent­es brasileira­s, pois seus custos não serão muito inferiores. “Elas podem até subsidiar assentos no começo, mas é inviável manter isso por um longo período.”

Castellini lembra que companhias como Latam e Gol já adotam estratégia­s de empresas ‘low cost’ em alguns serviços, como na cobrança pela marcação do assento. As companhias brasileira­s, diz ele, também estão incluindo aeronaves que gastam menos combustíve­l em suas frotas. “Não dá para fazer milagre. As locais adotaram o que é possível. Ambas (Latam e Gol) são eficientes em custos.”/

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JOHAN NILSSON/REUTERS-5/3/2015 Início. Norwegian oferecerá 70 mil assentos por ano no País

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