O Estado de S. Paulo

Justiça aumenta pena para Máfia dos Fiscais

- Bruno Ribeiro

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) confirmou ontem, em 2.ª instância, a condenação de acusados de lavar dinheiro para a Máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS), descoberta na Prefeitura em 2013. A decisão abre caminho para a prisão dos do ex-subsecretá­rio da Receita da gestão Gilberto Kassab (PSD) Ronilson Rodrigues, e do empresário Marco Aurélio Garcia, irmão do vice-governador eleito Rodrigo Garcia (DEM). Ambos tiveram a pena aumentada de 10 para 16 anos de prisão.

As investigaç­ões do Ministério Público Estadual (MPE) apuraram que fiscais cobravam propina de empreiteir­as para dar desconto no ISS. As condenaçõe­s, porém, são do crime de lavagem de dinheiro.

Marco Aurélio Garcia era o locatário de uma sala comercial no centro que, segundo o MPE, era usada como escritório por Ronilson e a máfia. O empresário também vendeu três flats aos fiscais, mas não transferiu as propriedad­es. Para a acusação, as ações foram para ocultar bens.

O advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, que defende Garcia, nega lavagem de dinheiro. Disse que a compra dos imóveis foi com cheques nominais e que a locação atendeu a pedido de um amigo. A defesa de Ronilson não quis falar com o Estado.

Na manhã de ontem, o exfiscal da Prefeitura Luiz Alexandre Magalhães, tido como operador do esquema, foi preso. Ele foi flagrado alugando imóveis sequestrad­os pela Justiça, obtendo a renda dos apartament­os. O ex-fiscal já havia sido preso outras duas vezes desde 2013.

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