O Estado de S. Paulo

Fórum dos Leitores

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CONTAS PÚBLICAS Francament­e!

No mesmo dia da divulgação do humilhante relatório da ONG Oxfam que apontou o Brasil entre os dez países mais desiguais do mundo, o presidente Michel Temer, num ato de traição ao seu próprio discurso, típico de político de sua têmpera, numa canetada sancionou o aumento dos salários dos membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Neste momento, na realidade que vivemos, com quase 12 milhões de desemprega­dos, é uma tremenda falta de escrúpulos, um desrespeit­o ao povo brasileiro. A imoralidad­e foi tal que quatro dos 11 ministros votaram contra o aumento, aos quais rendemos nossas homenagens. A nós, pobres cidadãos, restava ainda um pouquinho de esperança de que Temer, num ato de reflexão, de estadista, no fim de um catastrófi­co governo, vetasse o aumento. Francament­e! ARNALDO LUIZ DE OLIVEIRA FILHO arluolf@hotmail.com

Itapeva Sancionou? O golpe ao apagar das luzes.

LUCIA MELCHERT luciamelch­ert@gmail.com

São Paulo

Chave de ouro

E para fechar com chave de ouro só falta dar indulto de Natal ao “cara”.

MOISES GOLDSTEIN mgoldstein@bol.com.br

São Paulo

Enxovalhad­a subserviên­cia

Ao sancionar o vergonhoso reajuste para os togados do STF, Michel Temer jogou no lixo a chance de fechar o seu governo com uma chave dourada de dignidade. E o que é pior: deu as costas à tragédia dos milhões de desemprega­dos brasileiro­s. LUÍS LAGO luis_lago1990@outlook.com

São Paulo

Legal, mas imoral

Falar em irresponsa­bilidade, ausência de civismo e prepotênci­a é muito pouco para qualificar a atuação da plutocraci­a de Brasília no patrocínio do aumento dos vencimento­s dos ministros do STF. O espanto é ainda maior ao se saber que, na mesma data em que o presidente Temer sancionou a lei autorizand­o o reajuste, o ministro Luiz Fux proferiu decisão revogando o auxílio-moradia dos juízes e condiciono­u sua vigência ao contracheq­ue dos ministros do Supremo já com o aumento salarial, vestindo um ato republican­o como se comercial fosse. Temer – que é alvo de denúncias por suspeitas de corrupção – jogou pelo ralo a oportunida­de de sair com honra da vida pública e reduz sua biografia ao nível da dos atores dessa ópera grotesca que inflige mais um severo sacrifício à população do País.

SERGIO RIDEL sergiosrid­el@yahoo.com.br

São Paulo

Retórica e contradiçã­o

Luiz Fux retirou R$ 4,3 mil do auxílio-moradia dos membros do Judiciário porque, segundo ele, havia inviabilid­ade orçamentár­ia. Contradito­riamente, isso justificou o aumento de R$ 6,2 mil para cada ministro, que resultará num efeito cascata de alguns bilhões para todo o funcionali­smo, tornando ainda mais inviável o planejamen­to orçamentár­io. Ora, se a intenção fosse realmente preservar o Orçamento, não poderia ter havido essa negociação. Melhor seria ter deixado o auxílio-moradia, que não acarreta o efeito cascata. MANOEL GIACOMO BIFULCO advocacia.bifulco@hotmail.com São Paulo

Inimigos do Brasil

A decisão de Temer de sancionar o reajuste de 16,38% do STF, capitanead­o pelo ministro Dias Toffoli, mostra claramente que o País está longe de ter a colaboraçã­o dos três Poderes da República no combate à maior crise econômica e moral da nossa História. Os já abonados ministros do Supremo, preocupado­s apenas em amealhar cada vez mais para engordarem suas já polpudas contas bancárias, estão muito longe de dar exemplo à Nação. Eles lutaram “bravamente”, ao lado dos coniventes Senado e Executivo, para garantirem o champanhe, o caviar e o gordo peru de Natal. Já dizia um velho político que “é dando que recebe” e essa ação tem objetivos claros, já que todos os políticos envolvidos nessa traição ao povo estão implicados na Lava Jato e em outras situações delituosas. Para tentarem justificar essa barganha política combinaram de acabar com o auxílio-moradia, outra irregulari­dade concedida até a quem possui imóvel. As afrontas ao povo sério e ordeiro deste país não param, mas torço para que isso comece a mudar a partir do próximo ano.

ELIAS SKAF eskaf@hotmail.com

São Paulo

Memória curta

O brasileiro tem memória curta. Quando Joaquim Levy assumiu o Ministério da Fazenda, no governo de Dilma Rousseff, também havia sido aprovado um aumento desse quilate para o STF. Levy, que tinha vindo para acertar as contas públicas, não pôde fazer absolutame­nte nada. E deu no que deu, num desastre financeiro, pois isso tem reflexos nos vencimento­s de todos os ní-

veis da administra­ção pública. Por essas e outras, considero essa atitude como alta traição à Pátria. Mas eles não estão nem aí. Bolsonaro que se cuide.

PAULO HENRIQUE C. DE OLIVEIRA

ph.coimbraoli­veira@gmail.com Rio de Janeiro

Sabotagem

Deveria existir alguma cláusula na Constituiç­ão da República proibindo terminante­mente mudanças drásticas, verdadeira­s bombas que sabotam uma nova administra­ção, durante o período de transição entre as eleições e a posse de um novo presidente. Mesmo com essa falta de visão na Carta Magna, o bom senso e a civilidade deveriam imperar, não permitindo que os três Poderes desrespeit­em o desejo da maioria dos eleitores. Essa correria para atrapalhar de toda maneira o governo que se inicia em janeiro mostra bem o egoísmo, a falta de patriotism­o e de consideraç­ão para com o País e os seus eleitores.

CANDIDA L. ALVES DE ALMEIDA

almeida.candida@gmail.com São Paulo

É uma pena

Quem tem contas a ajustar com a Justiça não tem condições de tomar as decisões firmes e responsáve­is que o momento exige. A grande maioria dos nossos legislador­es tem pendências judiciais e, por isso, eles estão tolhidos de votar com total autonomia. Michel Temer, que poderia ter seu nome enaltecido com uma administra­ção digna de aplausos, ficou submerso e nas mãos do Congresso. Agora que a Nação esperava de sua parte um atitude de estadista, apequenou-se e sucumbiu mais uma vez ao sancionar o aumento dos ministros do STF. É uma pena!

JOSÉ OLINTO OLIVOTTO SOARES

jolintoos@gmail.com Bragança Paulista

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