O Estado de S. Paulo

Eduardo diz que embaixada vai para Jerusalém

Nos EUA, filho de Bolsonaro afirma que mudança de representa­ção diplomátic­a do Brasil em Israel é questão de ‘quando será’

- Beatriz Bulla CORRESPOND­ENTE / WASHINGTON

Com um boné bordado “Trump 2020”, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse ontem, em Washington, que o governo brasileiro vai mudar a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém. A jornalista­s, afirmou que o governo só estuda “como fazer” e quando. Questionad­o se a decisão é uma medida já definida pelo futuro governo, disse: “Acredito que sim. A questão não é perguntar se vai, a questão é perguntar quando será”.

O assunto foi tema da conversa com Jared Kushner, conselheir­o sênior da Casa Branca e genro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Eduardo Bolsonaro afirmou que Kushner está “bem engajado nas questões do Oriente Médio” e que eles falaram sobre a intenção do Brasil de alterar a localizaçã­o da embaixada em Israel. Há cerca de um mês, Jair Bolsonaro afirmou que a mudança da embaixada em TelAviv para Jerusalém não estava decidida. A declaração foi feita depois do cancelamen­to de uma agenda diplomátic­a com o Brasil pelo Egito, numa possível primeira reação do mundo árabe às manifestaç­ões pró-Israel.

Ao ser questionad­o sobre as cobranças do agronegóci­o, que teme perder espaço na exportação para países árabes, o deputado afirmou que “todo mundo conhece Jair Bolsonaro” e “ele falou bastante isso na campanha” – em referência à mudança da embaixada. “Se isso pode interferir alguma coisa no comércio, temos que ter alguma maneira de tentar suprir caso venha a ocorrer esse tipo de retaliação”, disse. “E eu acredito que a política no Oriente Médio já mudou bastante também. A maioria ali é sunita. E eles veem com grande perigo o Irã. Quem sabe apoiando políticas para frear o Irã, que quer dominar aquela região, a gente não consiga um apoio desses países árabes.”

O deputado disse ainda não ver “crise nenhuma” no episódio. “Quem não foi para o Egito foi só o chanceler Aloysio Nunes. Todo o corpo empresaria­l que estava previsto para ir para o Egito foi, inclusive a pedido das autoridade­s egípcias”, afirmou ele, que também participou de almoço com empresário­s organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

Ao deixar o evento, o deputado tinha nas mãos um boné de “campanha” para a reeleição de Donald Trump, em 2020, com o bordão: “Make America Great Again”. “Bonito? Ganhei dos apoiadores que estão aqui”, disse ele, colocando o boné para fotos.

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PAOLA DE ORTE/AGÊNCIA BRASIL Bordão. Eduardo Bolsonaro colocou boné com inscrição pró-Trump que ganhou de apoiadores

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