O Estado de S. Paulo

Bolsa sobe 2,7% após dois dias seguidos de perdas; dólar cai 1,2%

Moeda americana voltou a cair após intervençã­o do Banco Central, que ofertou US$ 2 bilhões no mercado

- PAULA DIAS /

Depois de dois dias seguidos de perdas, o Índice Bovespa encerrou o pregão de ontem em alta de 2,74%, aos 87.891 pontos. Impulsiona­do por fatores internos, o índice subiu na contramão da queda do preço do petróleo e do fraco desempenho das Bolsas de Nova York.

O desempenho de ontem foi puxado principalm­ente pelas ações da Petrobrás, com as informaçõe­s de que o projeto da cessão onerosa, que viabiliza um megaleilão de pré-sal, está avançando no Congresso. Havia previsão de que o projeto fosse votado ontem no Senado, mas acabou ficando para hoje.

Para Ernani Teixeira, analista da Toro Investimen­tos, a melhora do Ibovespa hoje reflete a expectativ­a positiva com o cenário doméstico, dado o descolamen­to recente dos mercados internacio­nais. Ele chama a atenção para a expectativ­a de que o próximo governo acelere a agenda de privatizaç­ões. Não à toa que as ações do “kit Brasil” foram destaque no dia. Os papéis da Petrobrás registrara­m alta de 3,39 (ON) e de 5,28 (PN). As ações da Eletrobrás subiram 4,37% (ON) e 4,71% (PNB).

Lá fora, o risco de uma nova rodada de tarifa dos EUA contra a China impôs relativa cautela nos mercados internacio­nais, com investidor­es mais temerosos sobre a trajetória do cresciment­o global. Em Nova York, os índices acionários oscilaram, com as ações da General Motors pressionad­as por ameaças de Donald Trump de cortar subsídios.

Câmbio. Com a intervençã­o do Banco Central para segurar a cotação do dólar, a moeda americana terminou a terça-feira em queda de 1,24%, cotada a R$ 3,87. Ontem, o Banco Central ofertou US$ 2 bilhões em um leilão. Operadores ouvidos pelo Estadão / Broadcast atribuem o movimento a uma correção, após a alta tida como “exagerada” de anteontem, quando a moeda bateu os R$ 3,92 no quarto dia seguido de alta, atingindo o maior patamar em quase dois meses. Os US$ 2 bilhões, que seriam ofertados em dois lotes, foram vendidos em uma única operação. Na segunda-feira, o dólar ganhou impulso principalm­ente por conta de um movimento de compra por parte de bancos, em antecipaçã­o ao calendário de envio de remessas por empresas ao exterior.

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