Mercado de games é feito de pequenos empreendedores
No Brasil, os grandes protagonistas da economia “geek” não são gigantes da indústria. Pequenas produtoras e estúdios são os criadores e desenvolvedores do conteúdo nacional.
No setor de games, de acordo com o 2.º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais, realizado pelo Ministério da Cultura e divulgado em outubro, 61,7% das empresas têm faturamento anual de até R$ 81 mil, o que configura um cenário tomado por microempreendedores. Ao todo, o Brasil tem 375 empresas desenvolvedoras de jogos digitais.
Os mineiros Lucas Mattos e João Brant, da produtora de games Long Hat House, são exemplos de pequenos do setor de games. Formados em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais, desde a graduação os colegas já desejavam trabalhar com jogos. “Começamos o primeiro projeto depois de formados e cada um trabalhava em casa. O primeiro game, Magenta Arcade, já foi indicado ao BIG (Brazil’s Independent Festival, evento de jogos independentes)”, conta Mattos.
A grande virada para a consolidação do estúdio aconteceu com o segundo game, Dandara, que teve reconhecimento nacional e internacional. “Tínhamos a primeira fase do jogo pronta, mas ainda precisávamos trabalhar com outras coisas para nos mantermos. Depois que fomos finalistas do BIG, cogitamos a ideia de ter uma publisher. Foi então que a Raw Fury financiou o projeto, fizeram o marketing e publicaram o jogo em outras plataformas, não apenas celular”, conta Mattos. O Dandara também ganhou destaque por trazer elementos brasileiros, a começar pelo nome. “Viramos inspiração.”