O Estado de S. Paulo

ESTABILIDA­DE E SALÁRIO PESAM

Trabalho federal é melhor, dizem médicos

- / H.F. e R.A.

Apossibili­dade de ter um emprego estável com rendimento­s superiores aos pagos no programa Estratégia Saúde da Família (ESF) fez a médica Mirella Medeiros, formada recentemen­te pela Universida­de Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), migrar para o Mais Médicos. “Principalm­ente porque existe a instabilid­ade de estar numa prefeitura sem ser efetivo. Há influência política, de quem está na Secretaria de Saúde, e nem sempre sabemos se continuare­mos no cargo. Além do salário, claro, que é melhor. O Mais Médicos é um emprego federal”, diz a profission­al, ao explicar por quais motivos efetivou a mudança de programa.

Mirella deixou a ESF na cidade litorânea de Touros e passará a atuar, no início de dezembro, no município de Pedro Avelino, distante 139 quilômetro­s da capital, Natal.

Por mês, em média, um médico do programa Estratégia Saúde da Família ganha R$ 8.750, enquanto no Mais Médicos o valor pago ao profission­al é de R$ 11.865, com menos descontos em folha de pagamento por ser tratado como uma bolsa pelo governo federal – os profission­ais são obrigados a concluir uma especializ­ação em saúde da família.

Na Bahia.

Estabilida­de também foi um dos motivos que levaram o médico Taciano Mendes Silva, um dos sete profission­ais que saíram de Xique Xique, na Bahia, a aderir ao Mais Médicos.

Além de outros benefícios, como ter aluguel, alimentaçã­o e transporte­s pagos pelo governo federal, ele ainda terá a vantagem de trabalhar a 40 quilômetro­s da terra natal, onde residem seus parentes.

O médico garante que Xique Xique é uma exceção no tratamento respeitoso aos profission­ais, pois em municípios da região colegas trabalham de forma indigna, com salários atrasados, sem qualquer vínculo empregatíc­io, sujeitos a dispensa em caso de reclamação, o que explicaria a migração de um grande número de profission­ais para o programa federal. “Pelo Mais Médicos, as regras são outras e teremos a garantia da permanênci­a e de que o salário vai chegar ao final do mês”, diz.

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