Prodígio norueguês ganha o tetra mundial
Magnus Carlsen faz mais uma vez história ao bater Fabiano Caruana e se consagrar como um dos maiores da modalidade
Depois de uma disputa dura e equilibrada, o norueguês Magnus Carlsen conquistou mais um título mundial de xadrez. Ele derrotou o norteamericano Fabiano Caruana no tie break, após 12 empates consecutivos nos últimos dias. “Foi um duelo difícil. Em nenhum momento achei que estivesse perto de vencêlo. Foi uma disputa tensa do início ao fim”, comentou o campeão.
Este foi o quarto título do jovem de 27 anos, que já é considerado um dos maiores jogadores de xadrez da história. Com a conquista, ele embolsou ¤ 550 mil (cerca de R$ 2,4 milhões) enquanto Caruana ficou com ¤ 450 mil (aproximadamente R$ 1,97 milhão). “Estou decepcionado. Cheguei perto e, se estivesse em um bom dia, talvez tivesse conseguido”, lamentou o norte-americano de 26 anos.
O título mundial coroa a carreira de um rapaz que começou a mostrar seu talento com as peças no tabuleiro precocemente. Ele iniciou por influência do pai e aos 13 anos já tinha o título de Grande Mestre. Foi com essa idade que ele derrotou o excampeão mundial Anatoli Karpov e quase superou outra lenda, Garry Kasparov, com quem foi treinar mais tarde.
Com somente 22 anos, Carlsen conquistou seu primeiro título mundial e agora é tetracampeão. O “Thor do xadrez”, como é chamado por causa de sua origem escandinava e corpo atlético, tem provocado grande impacto em seu país. Por causa de seu sucesso, o xadrez ficou mais popular e nas grandes cidades da Noruega as pessoas acompanham sua trajetória e jogam xadrez em locais públicos.
“O Carlsen se transformou na imagem deste esporte ao romper o estereótipo do jogador de xadrez. Não é um nerd ou mais um jogador russo. Com ele, o Campeonato Mundial despertou um interesse midiático enorme e acreditamos que o xadrez será uma das grandes tendências para o próximo ano”, afirmou Ilya Merenzon, organizador do torneio e delegadoconselheiro da Federação Mundial de Xadrez.
Os especialistas explicam que é difícil encontrar falhas no jogo de Carlsen, que ainda conta com uma memória prodigiosa e ótima intuição, fundamentais para quem precisa de um vasto repertório de jogadas. Ontem, ele conquistou sua vitória na morte súbita do xadrez: uma série de quatro partidas rápidas nas quais o competidor tem um total de 25 minutos para mexer suas peças.
Se em 12 partidas anteriores foram 12 empates, desta vez Carlsen conseguiu vencer os dois primeiros jogos e depois, quando precisava de apenas um empate para manter o título, ganhou novamente e comemorou. “O Caruana é claramente o adversário mais duro que já enfrentei na vida”, afirmou o prodígio norueguês.