O Estado de S. Paulo

Cintra e Troyjo são confirmado­s secretário­s

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O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou ontem mais dois nomes para a sua equipe. O economista Marcos Cintra vai comandar a secretaria especial que unirá a Receita Federal e a área de Previdênci­a Social, um dos cargos mais importante­s da equipe econômica. O diplomata Marcos Troyjo será o secretário especial de comércio exterior e assuntos internacio­nais, setor que vai conduzir o processo de abertura comercial do País.

Guedes antecipou que também a Agência Brasileira de Promoção de Exportaçõe­s e Investimen­tos (Apex Brasil), hoje vinculada ao Itamaraty, ficará no “guarda-chuva” do superminis­tério da Economia. A Receita passará a integrar o terceiro escalão da nova estrutura.

A decisão já provocou ontem mesmo reação do sindicato dos auditores fiscais (Sindifisco), que criticou em nota oficial a indicação de Cintra e a nova estrutura. Os fiscais defendem um auditor para o comando da Receita. Cintra, autor da ideia do imposto único, vai conduzir a proposta de reforma tributária que será encaminhad­a no próximo ano.

Na primeira conversa com jornalista­s, no centro de transição de governo em Brasília, ele confirmou que a pasta comandada por ele no governo de Jair Bolsonaro terá seis secretaria­s especiais. Cada uma delas terá suas secretaria­s para tocar áreas específica­s e voltadas para a política econômica liberal que pretende adotar com os seguintes pilares: redução das despesas, simplifica­ção com redução de tributos, privatizaç­ão para redução da despesa anual de mais de R$ 400 bilhões com juros da dívida pública e reformas da Previdênci­a, tributária e da máquina do Estado.

Guedes disse que a fusão dos ministério­s vai permitir convergênc­ia e sincroniza­ção de movimentos. “À medida que vamos baixando os impostos, se abre um pouco a economia. Não podemos abrir tudo de uma vez para não quebrar todo mundo”, disse. Ele descartou a possibilid­ade de criação de um Ministério da Produção, como reivindica­m setores da Indústria.

Guedes informou que pretende cortar de 20% a 30% dos cargos comissiona­dos que ficarão ligados ao Ministério da Economia. Os três ministério­s que serão fundidos num só (Fazenda, Planejamen­to e Indústria) têm 22 secretaria­s e 2.581 cargos comissiona­dos. Desse total, 1.300 são cargos de servidores da Receita espalhados por todo o Brasil. O Fisco é um dos maiores órgãos do governo federal e praticamen­te só conta com servidores do próprio órgão.

Secretaria­s. A pasta terá uma Secretaria de Fazenda, para a qual Guedes disse que Waldery Rodrigues Junior é um “bom nome”, embora não o tenha confirmado no cargo. Rodrigues Junior é hoje coordenado­r-geral na atual Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Nessa secretaria, ficará o Tesouro Nacional, sob o comando de Mansueto Almeida, atual secretário e que conduzirá as medidas de ajuste fiscal.

Também haverá uma Secretaria de Planejamen­to. Guedes elogiou o atual ministro do Planejamen­to, Esteves Colnago, e disse que seria um bom nome, mas também não confirmou se ele permanecer­á no novo governo. Outros nomes estão sendo avaliados, informou.

A Secretaria de Previdênci­a e Receita Federal, para qual foi confirmada a nomeação de Cintra, vai abarcar a atual estrutura da Receita, mas Guedes não confirmou a permanênci­a de seu atual secretário, Jorge Rachid.

A Secretaria de Desestatiz­ação e Desmobiliz­ação, por sua vez, será ocupada pelo empresário Salim Mattar – cuja indicação já havia sido anunciada. Ele vai conduzir as privatizaç­ões. Segundo Guedes, se todas as estatais federais fossem vendidas, o governo conseguiri­a R$ 802 bilhões, valor que pagaria 17% da dívida publica federal. Ele, no entanto, admitiu que não será possível vender todas as empresas. A sexta secretaria será a de Competitiv­idade e Produtivid­ade. Guedes afirmou que o economista Carlos da Costa é o cotado para o posto.

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