O Estado de S. Paulo

Ipsos: sobe aprovação a Bolsonaro e ex-juiz

Pesquisa mostra que presidente eleito e futuro ministro da Justiça têm desempenho bem avaliado após eleições

- Caio Sartori

A aprovação à atuação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, aumentou após o fim da eleição, aponta o mais recente Barômetro Político Estadão-Ipsos. Em outubro, 44% dos entrevista­dos pelo instituto aprovavam o desempenho do então candidato do PSL. Em novembro, o porcentual subiu para 61%. Foi o único dos principais ex-presidenci­áveis que melhorou o desempenho de um levantamen­to para o outro.

O mesmo aumento de 17 pontos porcentuai­s em relação à pesquisa anterior foi registrado pelo futuro ministro da Justiça, o ex-juiz federal Sérgio Moro. Conhecido pelo trabalho no âmbito da Operação Lava Jato, Moro vinha pontuando na casa dos 40% há meses, sem grandes oscilações. De outubro para novembro, porém, a aprovação saltou de 42% para 59%. Ele aceitou a nomeação para o ministério no primeiro dia deste mês.

O instituto cita o nome de figuras públicas e pergunta aos entrevista­dos como eles avaliam sua atuação no País. Ou seja, não se trata de uma pesquisa equivalent­e àquelas que medem a rejeição de um candidato durante eleições, por exemplo.

Ao contrário do presidente eleito e de Moro, os ex-concorrent­es de Bolsonaro na corrida presidenci­al viram a aprovação diminuir no novo levantamen­to. Fernando Haddad (PT), cujo desempenho era visto como positivo por 40% no mês da eleição, agora aparece com 31%. A desaprovaç­ão à atuação do exprefeito, por outro lado, saltou de 55% para 62%.

Terceiro colocado na eleição, Ciro Gomes (PDT) oscilou três pontos porcentuai­s para baixo e agora tem a atuação aprovada por 28% dos entrevista­dos. Como a margem de erro também é de três pontos, a oscilação não configura uma queda real. O mesmo ocorreu com Geraldo Alckmin (PSDB), que passou de 19% para 16% de aprovação ao seu trabalho.

Outros. O presidente Michel Temer foi outro que oscilou dentro da margem de erro. Mas, no caso dele, para cima. Aprovado por 3% em outubro, subiu para 6%. A reprovação, por sua vez, oscilou dois para baixo e agora está em 92%. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso no âmbito da Operação Lava Jato, tem agora 38% de aprovação, ante 40% no levantamen­to de outubro.

Entre os ex-presidenci­áveis, a curva que mostra a queda na desaprovaç­ão aos candidatos ilustra bem o modo como Bolsonaro foi melhorando a cada pesquisa. Em cinco meses, de julho a novembro, a desaprovaç­ão à atuação do presidente eleito caiu pela metade: passou de 60% para 30%.

Para ficar na comparação com seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad, o petista aumentou em cinco pontos a desaprovaç­ão no mesmo período. Alvo de ataques durante a campanha, incluindo boatos como o “kit gay”, Haddad passou de 57% para 62% de desaprovaç­ão.

O Ipsos ouviu 1.200 pessoas em 72 municípios do País entre os dias 3 e 14 de novembro de 2018. A margem de erro da pesquisa é de três pontos porcentuai­s para mais ou para menos.

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