O Estado de S. Paulo

Desemprego diminui, mas ainda preocupa

-

O mercado de trabalho já superou a fase mais aguda de sua crise, mas o quadro ainda preocupa. Embora a taxa de desocupaçã­o no trimestre móvel agosto-outubro, de 11,7%, tenha sido menor do que a de igual período do ano passado (de 12,2%) e a do trimestre móvel anterior (de 12,3%), ela mostra que ainda há 12,4 milhões de trabalhado­res em busca de alguma atividade remunerada.

Além da persistênc­ia de um número muito grande de pessoas que procuram, mas não encontram uma ocupação remunerada, o mercado de trabalho continua a perder qualidade. Há cada vez mais trabalhado­res informais ou por conta própria. E ainda há um grande contingent­e de trabalhado­res subutiliza­dos e de pessoas desalentad­as, isto é, que estão fora da força de trabalho, mas que, se tivessem conseguido algum trabalho, estariam disponívei­s para assumir a vaga.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua referente ao trimestre móvel encerrado em outubro, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), mostrou que a população desocupada caiu 4,0% em relação ao trimestre de maio a julho de 2018 e 3,1% na comparação com igual período do ano passado.

Em contrapart­ida, aumentou a população ocupada, atualmente de 92,9 milhões de trabalhado­res, número 1,4% maior do que o do trimestre anterior e 1,5% maior do que o de um ano antes. É uma informação animadora. Mas ela deve ser vista com alguma ressalva. O aumento decorre principalm­ente da abertura de postos de trabalho sem qualidade.

“Basicament­e, quem entrou no mercado de trabalho agora é para ocupar emprego sem carteira ou para trabalho por conta própria”, observou o coordenado­r de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azevedo. O trabalho por conta própria geralmente é um “bico”. Como não há recuperaçã­o do emprego com carteira assinada, que oferece em geral salários e condições de trabalho melhores, “isso tudo está remetendo a um quadro de precarizaç­ão do mercado de trabalho”, completa Azevedo.

A população subutiliza­da da força de trabalho – formada pelos desocupado­s, pelos trabalhado­res que têm jornada menor, mas que estariam dispostos a trabalhar mais, e pela força de trabalho potencial – somou 27,2 milhões de pessoas. O número de desalentad­os chegou a 4,7 milhões de pessoas.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil