O Estado de S. Paulo

Com revisão, última recessão deixa de ser a maior da história

Entre 2014 e 2016, PIB caiu 8,1% e não 9%, como havia indicado o IBGE; entre 1981 e 1983 economia encolheu 8,5%

- Vinicius Neder/ RIO

Com as revisões estatístic­as provocadas pelo cálculo definitivo do Produto Interno Bruto (PIB) de 2016, anunciado em novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), a recessão de 2014 a 2016 passou ao posto de segunda maior da história.

Com os novos dados, no acumulado dos 11 trimestres de recessão, o PIB encolheu 8,1%, conforme cálculos da LCA Consultore­s. Quando o IBGE divulgou os primeiros dados sobre o PIB de 2016, a conta apontava um tombo de 9,0% na recessão 2014-2016.

A revisão para 8,1% de queda colocou a recessão mais recente atrás do ciclo de nove trimestres iniciado nos três primeiros meses de 1981. Naquela recessão, provocada pela crise da dívida externa na esteira do segundo choque de preços do petróleo, o PIB encolheu 8,5% até o primeiro trimestre de 1983.

Ainda assim, o tamanho do encolhimen­to da atividade econômica na recessão mais recente foi superior aos 7,6% registrado­s em outra recessão, que também durou 11 trimestres, entre 1989 e 1992.

Renda per capita. Bráulio Borges, economista-chefe da consultori­a LCA, chama a atenção ainda para o comportame­nto do PIB per capita durante as recessões – no ciclo de 2014 a 2016, a queda foi de 10,4%, ante uma redução de 13,2% no ciclo 1981-1983. Essa medida correlacio­na melhor as crises econômicas “com o desemprego e com o bem-estar”, segundo o economista.

Quando o PIB encolhe num contexto de cresciment­o da população, a tendência é que as pessoas sofram mais, pois a quantidade de gente entrando no mercado de trabalho também cresce mais rapidament­e.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil