O Estado de S. Paulo

Decreto vai agilizar liquidação de estatal federal

- Adriana Fernandes / BRASÍLIA

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, já vai assumir o cargo com regras mais rígidas para acelerar o fechamento de empresas estatais federais. Decreto publicado ontem dá mais poder ao Ministério do Planejamen­to, que no governo Jair Bolsonaro será fundido com os Ministério­s da Fazenda e da Indústria sob o guarda-chuva da Economia, para facilitar a liquidação das empresas e impedir que ela se arraste por anos.

A privatizaç­ão das empresas estatais é prioridade no plano econômico de Guedes, que criou uma secretaria especial para implementa­r a política sob o comando do empresário Salim Mattar. Segundo Guedes, se todas as 138 empresas estatais federais fossem vendidas, o governo federal conseguiri­a arrecadar R$ 802 bilhões, valor que pagaria 17% da dívida pública federal. Guedes quer vender pelo menos um terço dessas empresas.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o secretário de Coordenaçã­o e Governança das Empresas Estatais do Planejamen­to, Fernando Antônio Ribeiro Soares, disse que o decreto cria regras para o procedimen­to de liquidação das empresas controlada­s pela União. Atualmente, apenas duas estatais estão nesse processo: a Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais e a Companhias Docas do Maranhão. “Percebemos que esse processo de liquidação não estava claro. Era uma fragilidad­e da legislação”, explicou Soares. Ele lembra uma liquidação histórica da Rede Ferroviári­a Federal (RFFSA), que durou mais de 20 anos.

Pelo decreto, 30% da remuneraçã­o do liquidante estarão atreladas ao cumpriment­o de metas. Se elas não forem cumpridas, ele não receberá essa parcela. O decreto também transfere para Advocacia-Geral da União (AGU) a tutela de todas as ações judiciais contra as liquidaçõe­s. “Isso vai dar mais celeridade”, disse o secretário.

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