O Estado de S. Paulo

River protesta contra final em Madri

Clube divulga manifesto com as razões de não concordar em enfrentar o Boca na Europa e avisa que o fará a contragost­o

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O River Plate deixou claro ontem que, se tiver mesmo de jogar na Espanha contra o Boca Juniors a partida de volta da Copa Libertador­es, o fará contra a sua vontade. O clube protestou contra a imposição de atuar no Estádio Santiago Bernabéu, em Madri, no dia 9, como determinou a Conmebol.

O River listou três razões para sustentar sua posição. A principal delas, de acordo com o clube, é que a responsabi­lidade pela falta de segurança nos arredores do Monumental de Nuñez, onde aconteceu o ataque contra o ônibus do Boca Juniors, é dos órgãos de segurança pública da Argentina.

“A responsabi­lidade pela falha na operação de segurança no sábado dia 24, ocorrida fora do perímetro do evento, foi assumida abertament­e pelas mais altas autoridade­s do Estado. Isto equivale a dizer que o River Plate lamenta, se solidariza, mas não há responsabi­lidade do clube”, enfatiza o River Plate.

Outro argumento utilizado pelo clube foi de que 66 mil pessoas compraram ingressos para assistir ao jogo no Monumental. Portanto, entende o River, elas seriam “injustamen­te” lesadas se a partida não acontecer no estádio do clube “em razão da evidente diferença entre a distância e os custos para chegar à sede escolhida”.

Por fim, o River Plate afirmou que “não é compreensí­vel’’ que o clássico mais importante da Argentina não possa ocorrer no mesmo país que sedia a reunião do G20, cúpula em que líderes das maiores economias do mundo estão reunidos.

“O futebol argentino, em conjunto com a Associação de Futebol Argentino (AFA) não podem nem devem permitir que um punhado de pessoas violentas impeçam a realização do ‘Supercláss­ico’ em nosso país”, conclui a nota emitida pelo River Plate.

O clube também está revoltado com a Conmebol porque na quinta-feira o Tribunal de Disciplina da entidade decidiu por multá-lo em US$ 400 mil, além de punir com dois jogos como mandante com portões fechados em competiçõe­s da entidade em 2019. As penas foram porque o River foi considerad­o responsáve­l, ainda que parcialmen­te, pelos incidentes nas cercanias do Monumental.

Se o River está descontent­e, seu adversário também está. O Boca Juniors teve rejeitado na quinta-feira pelo Tribunal de Disciplina da Conmebol o pedido para ser declarado campeão da Libertador­es. O clube pleiteava os pontos da partida que não ocorreu no dia 24 sob a alegação de que foi vítima da agressão dos torcedores adversário­s e recordando que, em 2015, quando seus torcedores atacaram jogadores do River também em jogo da Libertador­es, o clube acabou eliminado.

Na partida de ida da decisão da Libertador­es, em La Bombonera, estádio do Boca Juniors, as equipes empataram por 2 a 2, no dia 11 de novembro. É a primeira vez que os dois arquirriva­is decidem a Libertador­es.

Simeone se esquiva. Já o técnico argentino Diego Simeone preferiu não se manifestar sobre a transferên­cia da final da Copa Libertador­es para Madri. “Sinceramen­te, sinto que agregar alguma opinião a tudo o que se fala não soma nada. Nada mais do que isso”, limitou-se a dizer ontem, ao ser questionad­o sobre o tema.

Atual treinador do Atlético de Madrid, o ex-volante não defendeu nenhum dos dois clubes durante a carreira dele como jogador, mas foi treinador do River Plate, em 2008.

Gianni Infantino PRESIDENTE DA FIFA ‘Esperamos que esse jogo marque um antes e um depois para o futebol sul-americano’

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JAVIER GONZALEZ TOLEDO/AFP Revolta. Torcedores do River protestara­m contra o presidente do Boca, da AFA e da Argentina

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