Fórum dos Leitores
PRÉ-GOVERNO BOLSONARO Clima e soberania
Aldo Rebelo, então deputado federal filiado ao PCdoB, líder do governo Lula da Silva, foi nomeado ministro da Ciência e Tecnologia do governo de Dilma Rousseff, em 2014. Contra robustas evidências científicas, Aldo Rebelo, devoto do materialismo dialético aplicado à natureza, tanto quanto Jair Bolsonaro, o futuro presidente, que não comunga dessa ideologia, parecem não acreditar nem no risco do aquecimento global nem no papel crucial do Brasil no delicado equilíbrio do clima do planeta. Naquela época me desfiliei da Academia Brasileira de Ciência por não concordar com o silêncio dessa entidade, que deveria insurgir-se contra tal distopia. Na continuidade desse silêncio, que afeta muito mais a humanidade do que a soberania nacional, devo agora me desfiliar do Brasil? ANTONIO CARLOS MARTINS DE CAMARGO, médico, professor titular da USP, aposentado antonio.camargo37@gmail.com São Paulo
Sem fundamento
Militares cultivam uma idiocrasia de soberania nacional desprovida de fundamentos reais. A Região Amazônica tem influência real no clima, incluído o regime de chuvas, em largas extensões do território sul-americano. E as ameaças ao aquecimento global, com as consequências que já despontam, estão cientificamente comprovadas. A negação não passa de atitude autoritária irresponsável.
HARALD HELLMUTH hhellmuth@uol.com.br
São Paulo
COP-25
Uma coisa é não sediar a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP-25. Outra é alinhar-se com as atitudes toscas e irresponsáveis de Donald Trump nas questões ambientais, como, por exemplo, abandonar o Acordo de Paris sobre o aquecimento global, pois suas consequências (seca, inundações) estão duramente atingindo o Brasil.
OMAR EL SEOUD elseoud.usp@gmail.com
São Paulo
Meio Ambiente
Será que alguém poderia explicar ao presidente eleito que uma política ambiental equivocada prejudicaria não somente o desenvolvimento do Brasil, como todo o planeta, e teria efeitos nefastos no presente e no futuro, muitos deles, infelizmente, irreversíveis?
SHIRLEY SCHREIER schreier@iq.usp.br
São Paulo
Mudança de embaixada
O Brasil é um país em que muçulmanos e judeus convivem muito bem. Transferir nossa embaixada em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém implica interferir numa questão milenar, em que não temos participação nem podemos ajudar; e nos expor a problemas, prejuízos e aborrecimentos evitáveis. Parece-me que o dinheiro gasto nessa transferência poderia ser muito mais bem empregado, por exemplo, no auxílio aos brasileiros afetados pela seca. Por que não fazer o que é simples e eficaz?
JOEL MASSARI REZENDE joelrezende07@gmail.com
São Paulo
Retórica x realidade
Quatro ministros com passagem pelo governo Temer e três chegam do DEM. A composição do time de ministros de Bolsonaro está longe da retórica da campanha de que seria o fim de “presidencialismo de coalização” ou da política como balcão de negócios. E o tal superenxugamento do número de ministérios? A promessa era de, no máximo, 15. Já devem chegara 22, número próximo dos atuais 29. A realidade manda um abraço. ALEXANDRE PASTRE alexandrepastre@gmail.com
São Carlos
E o futuro superministro Paulo Guedes reuniu-se com Renan Calheiros... Bem, deixa pra lá! JOSE PERIN GARCIA jperin@uol.com.br
Santo André
O INDULTO Pingos nos is
A mídia em geral continua informando erradamente acerca do decreto de indulto. As manchetes levam a pensar que a maioria obtida no plenário do STF convalida as insensatas “bondades temerárias”. Não é verdade. Arguida a inconstitucionalidade do decreto do indulto (mancada da Procuradoria-Geral da República, o caminho teria de ser outro), os ministros que formam até agora a maioria se limitaram a examinar seus aspectos formais. E, acertadamente, afirmaram não haver vícios de forma ou de origem. Agora, o conteúdo são outros quinhentos. Até o momento só dois ministros o analisaram. E corretamente concluíram que o presidente da República exorbitou na concessão do benefício, alargando seus efeitos de maneira suspeita e indevida. As questões de conteúdo e alcance é que deveriam ter sido questionadas. Enfim, mais um episódio infeliz na nau de insensatos que se tornou o “país dos bruzundangas”. ALEXANDRE DE MACEDO MARQUES ammarques@uol.com.br
São Paulo