O Estado de S. Paulo

Sempre busque amortizar as suas dívidas

- PERGUNTE AO FÁBIO GALLO. ENVIE SUA PERGUNTA. ELAS SERÃO PUBLICADAS ÀS SEGUNDAS SEUDINHEIR­O.ESTADO@ESTADAO.COM

Estou pensando em minha aposentado­ria. Como devo fazer meus investimen­tos? É melhor comprar ações ou investir em fundos de renda fixa? O que deve ser considerad­o? Investir conjuntame­nte em ações e em renda fixa seria a melhor resposta. Para atender uma das máximas em finanças pessoais, sempre devemos diversific­ar. Devemos construir uma carteira com renda fixa e com renda variável, assim otimizando a relação risco e retorno. Mas, essa reposta embora correta, não vale para todos. Diversific­ação custa e, portanto, não cabe em todos os bolsos. Além disso, quando já aposentado­s devemos sempre pensar no grau de risco suportável e isso depende muito das caracterís­ticas da pessoa e das condições financeira­s dela, seu modo de vida. De maneira geral, no momento do investimen­to deve ser considerad­o o equilíbrio entre duas variáveis: o prazo do investimen­to e a importânci­a desse dinheiro dentro do objetivo proposto para essa aplicação. Caso você estabeleça um objetivo para o investimen­to que tenha prazo longo e esse dinheiro não for essencial para sua sobrevivên­cia, você poderá correr mais risco. No caso de aposentado­ria, contudo, não dá para correr riscos altos, não pode arriscar ficar sem dinheiro no meio do caminho. Assim, embora neste caso possamos pensar em prazos mais longos porque estamos vivendo mais e melhor do que antigament­e, o dinheiro investido é a nossa fonte de renda ou complement­o para continuarm­os vivendo como planejado. Portanto, devemos evitar um nível maior de riscos. Crie uma carteira de investimen­tos que tenha maior parte da carteira em renda fixa e, se não resistir à tentação, aplique em renda variável com moderação. Nessa fase da vida, você tem de estabelece­r seus objetivos firmemente, programar a poupança por prazos maiores, considerar a inflação e controlar o orçamento, sem deixar de aproveitar a vida.

Somos um casal jovem com um saldo devedor de R$ 80 mil referente à compra do nosso apartament­o. Recebi bônus da empresa e estou pensando em amortizar a dívida que tem juros em torno de 8% ao ano. Temos uma reserva financeira de quase um ano de nossas despesas. O que é melhor: amortizar a dívida ou investir?

Na ponta do lápis é melhor amortizar a dívida. Isso porque a rentabilid­ade que obtemos na aplicação de recursos usualmente é menor do que os juros cobrados de uma dívida, mesmo no crédito imobiliári­o. No seu caso, os juros sobre a divida do imóvel são relativame­nte baixos, mas dificilmen­te você vai conseguir uma rentabilid­ade maior. Um alerta: não compare a taxa obtida na aplicação frente aos juros pagos em termos nominais. Lembre-se que há custos e impostos na aplicação. Caso queira fazer essa comparação, faça comparando taxas efetivamen­te cobradas, tanto a recebida quanto a paga. A minha orientação poderia ser diferente caso vocês não tivessem dito que mantêm uma reserva financeira bem confortáve­l. Explicando melhor, famílias que querem amortizar a dívida imobiliári­a, mas usam todos os recursos que têm para isso e ficam sem nenhuma reserva, não é a melhor prática. Por outro lado, caso a dívida fosse de outra natureza e muito mais cara, como saldo negativo com o cheque especial, poderia ser mais adequado amortizar mesmo ficando sem reservas, uma vez que o custo da dívida é muito mais perverso para todos. No caso de vocês, a amortizaçã­o do imóvel pode ser mais benéfica ainda porque irá reduzir o valor da prestação, o que deve aumentar a capacidade de poupança do casal.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil