O Estado de S. Paulo

Manifestan­tes ganham apoio de milhares de estudantes na França

Alunos de escolas secundária­s e universitá­rios aderiram aos protestos contra as reformas de Macron

- PARIS

Mais de cem escolas secundária­s foram bloqueadas ontem, parcial ou totalmente, em toda a França, em protesto contra as reformas educaciona­is empreendid­as pelo governo do presidente Emmanuel Macron. Os milhares de estudantes que aderiram aos protestos deram apoio ao movimento dos “coletes amarelos”, segundo o Ministério da Educação.

A região de Toulouse, no sudoeste do país, foi a mais afetada. Das 40 escolas, 35 foram fechadas em razão dos protestos. “É preciso protestar contra a reforma educaciona­l excludente que está sendo promovida por esse governo”, disse o estudante Dylan Champeau.

A região parisiense foi a segunda mais afetada, com 20 escolas secundária­s fechadas ou com aulas interrompi­das. Um carro foi queimado e uma loja de telefones foi saqueada perto de uma escola secundária em Aubervilli­ers, ao norte da capital.

Em Dijon, cerca de 500 estudantes marcharam pelas ruas da cidade e entraram em confronto com a polícia. Os jovens atiraram pedras nos policiais, que respondera­m com bombas de gás lacrimogên­eo. Em Nice, cerca de mil estudantes do ensino médio demonstrar­am apoio aos “coletes amarelos”, gritando “Macron, renuncie”.

Pelo menos 100 universida­des também foram bloqueadas na França, de forma total ou parcial, para protestar contra a reforma educaciona­l. Movimentos estudantis, como a União Nacional de Estudantes de Bacharelad­o (UNL, na sigla em francês) e o Sindicato Geral de Estudantes de Bacharelad­o (SGL), denunciam as reformas e o novo acesso ao ensino superior implementa­do por Macron.

Adesão. Ontem, pelo menos cem motoristas de ambulância­s bloquearam a Praça da Concórdia, no centro de Paris. Eles exigem o fim da reforma do financiame­nto dos transporte­s sanitários que, segundo eles, seria uma ameaça para as pequenas e médias empresas do setor. A categoria já está paralisada há cerca de dez dias, mas apenas ontem manifestou apoio ao protestos dos “coletes amarelos”.

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GUILLAUME SOUVANT/AFP Caos. ‘Coletes amarelos’ protestam em Paris

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