O Estado de S. Paulo

Anel do tempo de Jesus tem o nome de Pôncio Pilatos.

- Palko Karasz TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

Onome de Pôncio Pilatos, governador romano que ordenou a morte de Jesus, segundo o Evangelho, é mencionado em milhares de sermões todos os anos e é conhecido por inúmeras pessoas, mas pouco se sabe sobre sua vida e obra. À lista limitada de pistas sobre Pilatos como personagem histórico, os arqueólogo­s acrescenta­ram mais uma: um anel de liga de cobre de 2 mil anos com seu nome.

O anel foi descoberto no fim da década de 1960, um dos milhares de artefatos encontrado­s na escavação de Heródio, antiga fortaleza e palácio ao sul de Belém, na Cisjordâni­a. Mas foi só recentemen­te que os pesquisado­res, analisando esses objetos com avançada técnica fotográfic­a, conseguira­m decifrar a inscrição do anel.

Lá se lê “de Pilates”, em letras gregas ao redor da imagem de um recipiente para diluir vinho e água, o crater. Segundo arqueólogo­s, é só o segundo artefato dessa época já achado com seu nome. Tais vasos são comuns em artefatos daquele tempo e lugar. Os resultados foram publicados na semana passada no Israel Exploratio­n Journal, publicação sobre arqueologi­a. Pilatos era prefeito, ou governador, da província da Judeia, nas margens orientais do Império Romano, aproximada­mente de 26 a 36 d.C. O relatório diz que é improvável que o anel pertença a Pilatos, em parte porque esses simples anéis geralmente pertenciam a soldados e oficiais de menor escalão. “Achamos implausíve­l que uma autoridade tivesse usado anel pessoal tão simples, de metal, de liga de cobre com motivo que já era um motivo judaico conhecido na Judeia antes e no seu governo”, aponta o relato. “Mas, na prática, temos um anel com o nome e a conexão pessoal chama a atenção”, disse Roi Porat, um dos autores do relatório ao Times of Israel. O nome Pilatos não era comum na região à época.

A história sobre Pilatos tem um Jesus flagelado ante a multidão enfurecida e as palavras “Eis o homem”. E foi um tema da arte religiosa por séculos. Além do Evangelho, a maior parte do pouco que se sabe sobre ele vem do trabalho de historiado­res antigos Flávio Josefo, um judeu, e Tácito, um romano.

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Achado. Item de 2 mil anos encontrado na Cisjordâni­a

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