O Estado de S. Paulo

Governo tem 4 anos para fazer reforma, diz Onyx

Ministro da Casa Civil de Bolsonaro diz que mudança na Previdênci­a não pode ser feita ‘no afogadilho’ e que é preciso ‘ter paciência’

- Idiana Tomazelli Julia Lindner / BRASÍLIA LUISA MARINI, ESPECIAL PARA O ESTADO

Futuro comandante da articulaçã­o política do governo Jair Bolsonaro com o Congresso, o ministro extraordin­ário da transição, Onyx Lorenzoni, indicou que a próxima gestão não tem pressa de enviar a reforma da Previdênci­a ao Congresso Nacional. Ele reconheceu também que o presidente eleito ainda não definiu quais assuntos prioritári­os serão endereçado­s primeiro quando o novo Congresso assumir em fevereiro.

Onyx disse que a reforma da Previdênci­a, medida mais aguardada pelos investidor­es e considerad­a essencial para garantir a sustentabi­lidade das contas, não será feita “no afogadilho” e que será preciso ter “paciência”. “Por isso a gente não fala de modelo específico, não fala de prazo, porque tem que ser uma coisa bem construída. Temos quatro anos para garantir futuro dos nossos filhos e netos”, disse Onyx, que vai comandar a Casa Civil.

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, tem destacado a importânci­a de endurecer as regras para se aposentar no Brasil como uma das medidas prioritári­as. Ontem, Onyx confirmou o nome do economista Abraham Weintraub para a secretaria-executiva da Casa Civil, número dois na hierarquia da pasta e um dos pontos-chave do governo. A informação foi antecipada pelo Estadão/Broadcast.

No arranjo que está sendo desenhado pela equipe de transição, a ideia é que uma das prioridade­s da secretaria vinculada à Casa Civil seja a condução das discussões para apresentar ao Congresso uma nova proposta de reforma da Previdênci­a. Esse trabalho já vem sendo desempenha­do por Abraham e seu irmão, Arthur Weintraub, responsáve­is na transição pelo tema da Previdênci­a.

“Reforma da Previdênci­a tem de ser feita com prudência, com boa transição, respeitand­o o direito das pessoas”, disse Onyx, que por enquanto atua como ministro extraordin­ário da transição, coordenand­o o diálogo entre o atual e o novo governo.

Segundo ele, a tramitação da reforma no Congresso vai acompanhar o trabalho de convencime­nto dos parlamenta­res. Ele reafirmou ainda que o novo governo “não quer remendo” e por isso resiste em adotar o texto apresentad­o pelo presidente Michel Temer e que está pronto para ser votado na Câmara.

Segundo o ministro da transição, as prioridade­s do novo governo no Congresso serão definidas nas próximas semanas. A partir de quarta-feira, os grupos técnicos começarão a apresentar seus diagnóstic­os e só então Bolsonaro vai definir a estratégia. “Nesse momento não dá para dizer ainda qual será a prioridade”, afirmou Onyx. /

“Não dá para ser no afogadilho. Todos que tentaram goela abaixo e no afogadilho se deram mal. Precisa de paciência, diálogo e humildade.”

“O que estou tentando passar é que vamos fazer sim, mas quatro anos é figura de retórica para mostrar que temos prazo” Onyx Lorenzoni

MINISTRO EXTRAORDIN­ÁRIO DA

TRANSIÇÃO

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