Para Lazari, medidas devem ser aprovadas nos 100 primeiros dias
Presidente do Bradesco diz que implementação de reformas criariam ‘céu de brigadeiro para a economia decolar’
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, disse que seria muito bom se o novo governo conseguisse implementar as reformas econômicas necessárias nos 100 primeiros dias de sua gestão. “Acho que é o desejo do novo governo porque se abre aí um céu de brigadeiro para a economia decolar pela própria confiança que vai gerar nos investidores do mundo todo.”
Apesar dos desencontros em declarações de porta-vozes do governo, Lazari acredita que os líderes escolhidos pelo presidente eleito Jair Bolsonaro e o futuro ministro da economia, Paulo Guedes, têm consciência de que a reforma previdenciária é absolutamente necessária, assim como a simplificação tributária e a independência do Banco Central. Para ele, com as reformas a economia voltará a crescer com mais vigor em 2019.
Por ora, os sinais do novo governo, para Lazari, são positivos. “Promessas feitas na campanha estão sendo cumpridas. A equipe econômica foi bem escolhida, muitos nomes do segundo escalão que conhecem profundamente o balanço e o fiscal do País foram mantidos”, avaliou. Disse ainda ter “convicção de que é possível fazer um grande trabalho no País”.
Crédito. Para o presidente do Bradesco, o crédito deve crescer dois dígitos em 2019 e, a despeito do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), e retomar o posto de protagonista da economia brasileira. “Nossa expectativa está bastante positiva se de fato (o País) decolar – e a expectativa é de que sim, pelos movimentos que estamos vendo e nas viagens que tenho feito no Brasil inteiro, conversando com empresários”, disse.
“Esperamos um crescimento mais forte do crédito em 2019 e, se tudo isso se materializar, temos expectativa de que seja de pelo menos dois dígitos baixos”, destacou.
Lazari lembrou que as expectativas para o crescimento do PIB em 2019 são melhores. Enquanto para este ano as perspectivas indicam expansão de pouco mais de 1%, no próximo exercício é esperado avanço em torno de 2,8%. Esse crescimento,
de acordo com o presidente do Bradesco, vai fazer com que as empresas busquem mais negócios e investimentos. “Até porque faz cinco anos que estamos praticamente parados no Brasil, sem novos investimentos.”
Ele acredita que o crédito deve voltar a ser o motor para o lucro dos bancos em meio a um cenário mais positivo da economia, com redução das provisões para perdas (PDDs), que podem cair para um nível menor e a inadimplência que “parece muito comportada”. “Como não devemos ter nenhum problema em grandes empresas, o nível de provisões deve se manter constante ou até menor no ano que vem. Isso deve impulsionar o lucro dos bancos como um todo.”