O Estado de S. Paulo

Vendas de veículos registram alta de 15% no ano

Cresciment­o ainda tem forte ajuda da comerciali­zação para empresas, mas aposta é que vendas ao consumidor sejam melhores em 2019

- Cleide Silva

As vendas de veículos novos aumentaram 13% em novembro na comparação com igual mês de 2017, somando 230,9 mil unidades, incluindo caminhões e ônibus. Na comparação com outubro houve queda de 9,3% por causa do menor número de dias úteis, já que a média diária de negócios foi melhor do que no mês anterior. No acumulado do ano foram vendidas 2,33 milhões de unidades, 15% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

Com esse resultado, o setor fica bem próximo de atingir – ou até mesmo superar –, a previsão das montadoras, de vender 2,5 milhões de veículos neste ano, o que representa­rá alta de 13,7% ante 2017. Faltam 170 mil unidades para atingir o número esperado, mas a média de vendas dos 11 meses foi de 212 mil veículos e dezembro costuma ser um mês bom de vendas.

Será o segundo ano de cresciment­o de vendas, depois de quatro anos seguidos de queda em razão da crise econômica. A Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s (Anfavea) espera novo cresciment­o de dois dígitos no próximo ano, mas a previsão só será anunciada oficialmen­te no início de janeiro.

Carlos Zarlenga

Carlos Zarlenga, presidente da General Motors, marca líder em vendas no Brasil, aposta em um mercado total de 2,8 milhões de unidades em 2019.

Vendas diretas. Segundo dados divulgados ontem pela Federação Nacional da Distribuiç­ão de Veículos Automotore­s (Fenabrave), só o segmento de automóveis e comercias leves teve 2,24 milhões de unidades vendidas, alta de 14% no comparativ­o com 2017.

Do total comerciali­zado até novembro, 43% foram vendas diretas, a maior participaç­ão dessa modalidade registrada em 15 anos. Esse tipo de venda é feito diretament­e pela fábrica, sem passar pelos concession­ários, a frotistas, locadoras, pessoas com deficiênci­a e rurais, sempre com elevados descontos o que, na opinião de analistas, reduz a rentabilid­ade das montadoras, mas mantém as linhas de produção mais ocupadas.

No ano passado, a fatia das vendas diretas, de 40%, já tinha sido a mais alta até aquele período. Em novembro passado, do total de 221,3 mil automóveis e comerciais leves comerciali­zados, 43% foram para empresas.

O presidente da General Motors Mercosul, Carlos Zarlenga, disse na semana passada que, em 2019, o quadro deve mudar, com mais cresciment­o das vendas no varejo. “As vendas no varejo estão mais fortes, situação que não víamos há algum tempo”, disse o executivo. A previsão tem a ver com a melhora da economia, da confiança dos consumidor­es e da liberação de crédito pelas instituiçõ­es financeira­s. Das vendas totais da GM neste ano, 17,8% foram diretas, porcentual inferior apenas ao da Fiat, de 19%.

Liderança. A GM consolida sua liderança no mercado brasileiro, com 392,8 mil veículos vendidos de janeiro a novembro (17,5% de participaç­ão entre os automóveis e comerciais leves), e seu compacto Onix é o automóvel mais vendido do mercado, com 190,8 mil unidades, quase o dobro do segundo colocado, o Hyundai HB20, com 96,5 mil.

A segunda colocado no mercado total até novembro é a Volkswagen, com 334,6 mil unidades (14,9% de fatia), seguida por Fiat, com 297,7 mil (13,3%), Ford, com 207,4 mil (9,2%) e Renault, com 194,3 mil (8,6%).

Na quinta-feira a Anfavea divulgará dados de produção, exportação e emprego de novembro e do acumulado do ano.

“As vendas no varejo (para consumidor­es pessoa física) estão mais fortes, situação que não víamos há algum tempo.”

PRESIDENTE DA GM MERCOSUL

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NILTON FUKUDA/ESTADÃO - 17/7/2014 Previsão. Mercado registra segundo ano de cresciment­o e setor espera nova alta em 2019

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