O Estado de S. Paulo

Reunião de presidente­s

Relatório de investigad­or indica que Flynn forneceu dados relevantes contra presidente

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George W. Bush, Donald Trump, Barack Obama, Bill Clinton e Jimmy Carter (da esq. para a dir., todos na primeira fila) participam do funeral do ex-presidente dos EUA George H. W. Bush, na Catedral Nacional de Washington. Bush pai morreu no sábado.

O gabinete do promotor especial Robert Mueller divulgou na terça-feira um documento revelando que o ex-conselheir­o de segurança da Casa Branca, Michael Flynn, cooperou “substancia­lmente” com a investigaç­ão sobre a interferên­cia russa nas eleições presidenci­ais de 2016 e o suposto conluio entre agentes do governo russo e a campanha de Donald Trump. Por causa da cooperação, Mueller pediu à justiça federal que não o condene à prisão.

Sem revelar pormenores sobre os 19 depoimento­s de Flynn, por se tratar de “informação sensível sobre uma investigaç­ão em curso”, Mueller sublinhou que o ex-assessor forneceu “informaçõe­s em primeira mão” e “particular­mente valiosas” sobre o “conteúdo e o contexto das interações entre a equipe de transição de Trump e funcionári­os do governo russo”.

Para especialis­tas ouvidos pela imprensa americana, apesar de haver poucas informaçõe­s divulgadas pelo gabinete de Mueller, há detalhes que devem preocupar os integrante­s do grupo mais próximo de Trump, especialme­nte o genro do presidente e conselheir­o sênior da Casa Branca, Jared Kushner.

A investigaç­ão sobre a interferên­cia russa na eleição de 2016 descobriu que hackers russos entraram nos computador­es da campanha democrata e deram as informaçõe­s para o WikiLeaks disseminar como parte de um esforço para minar a candidatur­a presidenci­al de Hillary Clinton. Trump também estava fazendo negócios em Moscou em 2016 e teve outros projetos com presença russa. A investigaç­ão estaria interessad­a em saber se o Kremlin esperava em troca uma suspensão das sanções econômicas dos EUA.

O FBI examinou as ações de Kushner, que teve várias reuniões com o embaixador da Rússia nos EUA, Serguei Kislyak, entre 2016 e 2017. A Casa Branca afirmou que as reuniões faziam parte dos deveres diplomátic­os de Kushner. O genro de Trump disse que suas interações com Flynn e Kislyak envolveram apenas discussões sobre a política da Síria, não sobre sanções econômicas à Rússia.

“Se Flynn deu informaçõe­s diferentes sobre o que foi discutido nas reuniões com Kislyak isso poderia abrir novas linhas de frente com novos colaborado­res”, afirmou ao Washington Post Matthew Miller, ex-funcionári­o do Departamen­to de Justiça no governo Obama.

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CAROLYN KASTER/AP

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