O Estado de S. Paulo

Governo recua mais para tentar barrar adesões

- PARIS

O governo francês decidiu ontem abandonar o imposto sobre combustíve­l que previament­e tinha sido suspenso por seis meses após reivindica­ção dos protestos nas ruas do país, que ganham novas adesões a cada dia. O premiê francês, Edouard Philippe, comunicou aos parlamenta­res a decisão do presidente Emmanuel Macron de retirar a previsão de aumento do orçamento de 2019.

O premiê não deixou claro se o reajuste poderia ser adicionado eventualme­nte em uma emenda ao orçamento durante o ano que vem. A concessão custará ¤ 2 bilhões (cerca de R$ 8,7 bilhões) aos cofres públicos.

O presidente também congelou as discussões que teria sobre reajustes dos preços de alimentos, mas nada parecia aplacar a mobilizaçã­o. Sindicatos de produtores rurais e caminhonei­ros anunciaram ontem adesão à ela. O porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, deixou aberta ontem a porta para um possível restabelec­imento do Imposto sobre Fortuna (ISF), uma das reivindica­ções mais frequentes dos manifestan­tes.

Nos últimos dias, o movimento tornou-se mais heterogêne­o. Estudantes colocaram fogo em colégios para protestar contra o novo sistema de seleção para as universida­des. Pequenos comerciant­es bloquearam estradas contra os altos impostos. Pensionist­as foram para as ruas contra o que chamaram de elitismo do presidente.

Nas últimas adesões, o maior sindicato de agricultor­es da França anunciou atos para a próxima semana depois que o sindicato dos caminhonei­ros conclamou a categoria para uma grande greve a partir de domingo contra um corte nos pagamentos das horas extras. Afastados da origem do movimento, sindicatos agora tentam ganhar protagonis­mo.

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