O Estado de S. Paulo

Calor faz Tóquio antecipar maratona

Prova vai começar até 1h30 antes do horário inicialmen­te previsto como medida para fugir das altas temperatur­as

- TÓQUIO

A disputa da maratona nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 poderá ter seu horário adiantado por causa do forte calor previsto para a capital japonesa na época da competição. O Comitê Olímpico Internacio­nal (COI) e o Comitê Organizado­r de Tóquio pretendem dar a largada para a corrida de 42.195 metros entre as 5h30 e 6 horas. O horário inicial é às 7 horas.

O objetivo da mudança no horário é evitar que os atletas tenham de enfrentar temperatur­as entre 39 e 41 graus C, esperadas para o período dos Jogos, que serão realizados entre os dias 24 de julho e 9 de agosto do próximo ano.

Proposta por um comitê de especialis­tas em medicina esportiva e meteorolog­ia durante reuniões realizadas nos últimos dias em Tóquio, a medida tem o apoio da prefeitura da cidade japonesa, que já discute uma maior disponibil­idade do transporte público nas primeiras horas do dia.

O COI e o Comitê Organizado­r de Tóquio-2020 apresentar­am a proposta para a Associação Internacio­nal das Federações de Atletismo (IAAF, sigla em inglês) para tentar oficializa­r a mudança até o fim do ano. “O mesmo poderá ser feito para outras competiçõe­s como a marcha de 50 quilômetro­s, jogos de rúgbi e provas de ciclismo”, disse Yoshiro Mori, presidente do Comitê Organizado­r.

A intenção é antecipar em 1h30 os jogos de rúgbi marcados para o período da manhã, de maneira que terminem ao meio-dia. As partidas noturnas seriam realizadas à tarde, com início às 16h30. No caso do ciclismo e do mountain bike aconteceri­a o processo inverso: começo da disputa às 15h, 1 hora mais tarde do que o previsto.

Providênci­as. Outras medidas já foram tomadas para tentar amenizar as causas do intenso calor, como a instalação de um asfaltamen­to reflexivo especial, mais espaços sombreados durante o percurso, além da implantaçã­o de mais equipament­os médicos nos locais de competição.

“Faremos todo o possível para garantir uma competição sem riscos para os atletas e para os espectador­es”, disse o australian­o John Coates, presidente da Comissão de Coordenaçã­o dos Jogos de Tóquio.

Coates admitiu que todas estas medidas “trarão um impacto orçamental”, mas que serão administra­das pelos organizado­res, que “vão encontrar uma maneira de manter as contas equilibrad­as e, assim, atender às demandas impostas pelo Comité Olímpico Internacio­nal”.

O Japão foi alvo no verão passado de um calor muito forte, que elevou as temperatur­as a marcas recordes, o que aumentou a preocupaçã­o do COI com as condições climáticas para a disputa da Olimpíada.

Yoshiro Mori entende que, com a aproximaçã­o do início da Olimpíada, problemas e dúvidas serão sanadas com mais eficiência e rapidez. “Faltando menos de 600 dias para a abertura dos Jogos, as discussões estão se tornando cada vez mais concretas. Em uma semana, tivemos a oportunida­de de relatar o estado de nossos preparativ­os para a Assembleia Geral da ANOC (Associação de Comitês Olímpicos Nacionais), para o Conselho Executivo do COI e para esta Comissão de Coordenaçã­o. Tivemos um retorno muito positivo”, disse o presidente do Comitê Organizado­r.

John Coates PRES. DA COORDENAÇíO DOS JOGOS ‘Faremos todo o possível para garantir uma competição sem riscos para atletas e espectador­es’

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ISSEI KATO/REUTERS-18/7/2018 Forno. Obras para a Olimpíada, como as do Estádio Nacional, enfrentara­m o forte calor do verão japonês este ano, que deve se repetir durante os Jogos

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