Empresas tiveram acesso a dados do Facebook
O Facebook fez acordos com empresas para liberar o acesso a informações de seus usuários, mesmo depois de ter mudado sua política de dados. As negociações aparecem no pacote de e-mails internos revelados ontem pelo parlamento britânico.
Entre as empresas favorecidas pelo Facebook, estão Airbnb, Lyft e Netflix. Segundo os documentos, elas tiveram acesso a dados dos usuários enquanto outras empresas foram barradas. Os e-mails foram enviados entre 2012 e 2015 e fazem parte de uma disputa judicial entre o Facebook e a desenvolvedora Six4Three. O Comitê de Assuntos Digitais, Cultura, Mídia e Esportes do parlamento britânico (DCMS, na sigla em inglês) teve acesso e decidiu publicar os documentos. Damian Collins, presidente do DCMS, afirmou que não é possível saber se houve consentimento por parte dos usuários para o
Android
Os e-mails mostram ainda que a companhia contornou as permissões de privacidade do Android para coletar registros de ligações telefônicas de usuários. Em março, quando sofreu as primeiras acusações de que fazia esse tipo de coleta, a empresa negou acesso exclusivo dos dados.
Nos e-mails, o Facebook também aparece banindo o acesso a empresas que considerava “rivais”. Nas mensagens, Mark Zuckerberg ordenou pessoalmente em 2013 que o app de vídeos Vine, que pertencia ao Twitter, não tivesse acesso às informações dos usuários do Facebook.
Também há discussões sobre se a empresa deveria dar acesso a desenvolvedores que gastassem com publicidade na plataforma. Em um comunicado, o Facebook reafirmou que os documentos são parte de um processo sem fundamentos, e que eles são apresentados de maneira enganosa sem contexto adicional. Em seu perfil na rede social, Zuckerberg disse que teve muitas conversas sobre as maneiras de construir um modelo de negócios sustentável, mas que os “fatos são claros de que o Facebook não vendeu dados das pessoas”.