O Estado de S. Paulo

Lobistas sauditas reservaram quartos em hotel de Trump

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Grupo gastou

US$ 217 mil com 500 quartos para veteranos americanos que faziam lobby para Arábia Saudita Lobistas que representa­vam o governo saudita reservaram vários quartos no hotel do presidente Donald Trump em Washington logo após sua eleição, em 2016, pagando cerca de 500 noites em apenas três meses, revelaram as pessoas que organizara­m as viagens e documentos obtidos pelo jornal Washington Post.

Na ocasião, os lobistas gastaram US$ 217 mil reservando os quartos na capital como parte de uma campanha pouco ortodoxa que ofereceu a veteranos militares americanos uma viagem grátis a Washington – e uma visita ao Capitólio para fazer lobby contra leis antiterror­ismo que afetavam a Arábia Saudita.

Ao todo, os lobistas gastaram mais de US$ 270 mil para abrigar seis grupos de veteranos no Hotel Internacio­nal Trump, que ainda pertence ao presidente. Essas reservas foram alvo de várias denúncias federais, alegando que Trump violara a Constituiç­ão ao receber pagamentos inapropria­dos de governos estrangeir­os. Lobby ilegal.

Durante esse período, segundo os documentos, a média da diária do hotel era de US$ 768. Os lobistas que organizara­m as viagens disseram que escolheram o hotel de Trump porque ele ofereceu um desconto e tinha quartos disponívei­s e negaram qualquer intenção de bajular o presidente americano.

Alguns dos veteranos que estiveram hospedados em Washington dizem que se sentiram duplamente usados: pelos sauditas e por Trump. “Fez todo o sentido do mundo quando descobrimo­s que os sauditas tinham feito o pagamento”, disse Henry Garcia, veterano da Marinha, de San Antonio, que participou de três viagens. Ele garantiu que os organizado­res nunca revelaram que a Arábia Saudita estava por trás dos convites.

A empresa de Washington Qorvis/MSLGroup, que representa o governo saudita nos EUA, pagou aos organizado­res das viagens. A empresa não quis comentar o caso e a Embaixada da Arábia Saudita nos EUA não respondeu às perguntas enviadas pelo Washington Post .Os executivos do hotel de Trump disseram que não sabiam que os sauditas estavam pagando os gastos.

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