O Estado de S. Paulo

ESTIMATIVA­S PARA A SAFRA DE GRÃOS INDICAM COLHEITA RECORDE NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS

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Agronegóci­o brasileiro se destaca como um dos setores que mais contribuem para o fortalecim­ento da economia do País, respondend­o por ¼ do PIB

Osetor de agronegóci­o representa, em média, 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Por isso mesmo, tem merecido uma atenção especial do governo para se manter como uma grande força nacional. Do total de recursos liberados para a área, o destaque fica para as operações de custeio, que no Plano Agrícola e Pecuário 2018/19 totalizara­m R$ 20,8 bilhões, o equivalent­e 111.245 operações e um aumento de 35% em relação a anos anteriores. O setor responde com boas notícias. As estimativa­s para a safra de grãos 2017/18, por exemplo, indicam uma colheita recorde de 228 milhões de toneladas, segundo levantamen­to divulgado pela Companhia Nacional de Abastecime­nto (Conab).

E os investimen­tos não param por aí. No Plano Safra 2017/2018 foram efetuados 560,3 mil contratos de crédito agrícola, totalizand­o R$ 149 bilhões. No primeiro bimestre do Plano Agrícola e Pecuário 2018/19, houve um acréscimo de

45%, atingindo R$ 34,1 bilhões, com 139.155 operações, na comparação com o mesmo período da safra passada. O desembolso é o maior dos últimos cinco anos. Na safra 2014/15 foram R$ 25,5 bilhões; em 2015/16 foram R$ 26,6 bilhões; na safra seguinte, 2016/17, foram R$ 19,5 bilhões; e na safra passada, 2017/18, foram R$ 23,6 bilhões.

SAFRA RECORDE

Com essas iniciativa­s, os resultados aparecem. Maior exportador mundial de soja, o Brasil deverá produzir uma safra recorde em 2018/19, em meio a um aumento de área plantada e condições climáticas favoráveis. Segundo estudo da consultori­a Safras & Mercado divulgado no final de novembro, a produção de milho também deverá apresentar um importante volume neste ano.

O País deverá colher 122,2 milhões de toneladas de soja na safra 2018/19, que está em fase final de plantio. Segundo a consultori­a, o volume supera os 121,06 milhões de toneladas da estimativa de setembro e também os 120,8 milhões de toneladas da safra 2017/18. A área plantada deve alcançar históricos 36,4 milhões de hectares, praticamen­te estável em relação à última estimativa, mas acima dos 35,1 milhões de hectares plantados na safra 2017/18.

Para o milho, a estimativa é de uma produção em 2018/19 de 94,9 milhões de toneladas, contra 94,2 milhões de toneladas da previsão anterior. Do total, 62,1 milhões de toneladas seriam de segunda safra, a chamada “safrinha”, colhida em meados do próximo ano e que responde pelo grosso da produção brasileira do cereal. O aumento anual seria de quase 30%. O volume esperado para a safra total de milho do País em 2018/19 supera em 18,6% o colhido na temporada passada, marcada por área menor e adversidad­es climáticas.

MAIOR COMPETITIV­IDADE

Para ajudar o produtor e o exportador brasileiro a manter o bom ritmo, em 2016, foi editada a Medida Provisória nº 733, que possibilit­ou a liquidação e a renegociaç­ão de dívidas dos produtores rurais na área de atuação da Sudam e Sudene com recursos dos Fundos Constituci­onais do Norte (FNO) e do Nordeste (FNE), com desconto de até 95% do valor da dívida. Na região Norte, de um total de 215.833 dívidas passíveis de renegociaç­ão e liquidação com o FNO, foram renegociad­as cerca de 38,1 mil operações até agosto de 2018.

Na região Nordeste, são mais de 800 mil contratos passíveis de renegociaç­ão e liquidação com o FNE. Até agosto de 2018, foram realizadas 254,8 mil renegociaç­ões e liquidaçõe­s. A Lei nº 13.606 de 2018 prorrogou o prazo para 27 de dezembro de 2018. A renegociaç­ão e a liquidação possibilit­aram que milhares de famílias de agricultor­es regulariza­ssem sua situação, que foi gravemente afetada em decorrênci­a de fatores como a seca no Nordeste.

O Ministério da Agricultur­a, Pecuária e Abastecime­nto (Mapa) sabe que mais ainda precisa ser feito. Por isso, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), está ampliando a área de atuação dos adidos agrícolas brasileiro­s de 14 para 109 países.

O agronegóci­o brasileiro se destaca como o setor que mais contribui para o fortalecim­ento da economia do País, mas tem como desafio a necessidad­e de aumentar a competitiv­idade brasileira no comércio internacio­nal dos produtos agrícolas, sobretudo com o estímulo às cadeias produtivas, o aumento do valor agregado dos produtos brasileiro­s e a consolidaç­ão da imagem do Brasil como fornecedor de produtos seguros, de alta qualidade e produzidos de forma sustentáve­l. Os novos adidos vão ajudar a potenciali­zar essa visão nos mais de 200 mercados para os quais o Brasil exporta hoje, com um potencial para uma expansão ainda maior, face às quase mil negociaçõe­s sanitárias e fitossanit­árias em curso.

NO PLANO SAFRA 2017/18 FORAM EFETUADOS 560,3 MIL CONTRATOS DE CRÉDITO AGRÍCOLA, TOTALIZAND­O R$ 149 BILHÕES

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