O Estado de S. Paulo

Itaú segue Santander e estreia em Letra Garantida

- COM CRISTIANE BARBIERI

Depois do Santander Brasil, o Itaú Unibanco fará, no fim da semana que vem, sua estreia no mercado brasileiro de Letras Imobiliári­as Garantidas (LIGs). A emissão poderá alcançar R$ 500 milhões. O banco espanhol já realizou três emissões – as primeiras do mercado – que, juntas, somaram R$ 177 milhões. No caso do Itaú, a LIG terá uma rentabilid­ade de 96% do CDI líquido, prazo de 3 anos, mas sem liquidez. As LIGs são similares aos covered bonds, instrument­o bastante desenvolvi­do no mercado externo e que movimenta trilhões de dólares. Esses títulos dispõem da garantia dupla. Uma delas vem de um ativo como, por exemplo, uma carteira de imóveis e a outra é a da própria instituiçã­o financeira. Isso significa que, em caso de falha no pagamento pelo emissor, o agente fiduciário assume o controle dos ativos. Procurado, o Itaú não comentou.

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Pela primeira vez, desde que a Petrobrás mergulhou no plano de reestrutur­ação por conta de sua dívida bilionária, os fornecedor­es brasileiro­s de equipament­os da área começaram a perceber uma reação nos negócios. Segundo Alberto Machado, diretor-executivo da área de petróleo, gás natural e petroquími­ca da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipament­os (Abimaq), nos últimos quatro anos, muitas associadas quebraram, saíram do segmento ou viraram apenas representa­ntes de fornecedor­es multinacio­nais. As demissões foram muitas. Agora, diz ele, a roda voltou a girar.

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Entre os motivos, estão a pulverizaç­ão dos investimen­tos em projetos menores por parte da Petrobrás, a entrada de novos operadores no mercado e até mesmo os desinvesti­mentos da estatal.

Parados quando estavam nas mãos da petrolífer­a, eles agora começam a funcionar e a gerar negócios. O novo Repetro, o regime fiscal que permitiu agora a pulverizaç­ão das importaçõe­s, também tem ajudado. Para Machado, a indústria está chegando num ponto em que deixa de depender exclusivam­ente da Petrobrás para ter mais alternativ­as de mercado. » A Ativos, gestora de créditos inadimplen­tes do Banco do Brasil, venceu a disputa para arrematar uma carteira de empréstimo­s vencidos e não pagos do Bradesco com valor de mais de R$ 7 bilhões. O processo atraiu players tradiciona­is do mercado, tais como a Return Capital, de Santander e Ipanema, Omni, Recovery, do Itaú Unibanco, e a própria RCB, empresa na qual o Bradesco adquiriu participaç­ão recentemen­te. O portfólio, com créditos de varejo e diversific­ado, tem vencimento antigo, assim como as demais desovas que o banco tem feito.

» Dentro de casa. A operação ocorre cerca de dois meses após o Bradesco anunciar a compra de 65% da RCB Investimen­tos, que era controlada pela PRA Group Brazil Investimen­tos e especializ­ada na recuperaçã­o de empréstimo­s vencidos e inadimplen­tes, conhecidos como “créditos podres”. A operação ainda depende de aval de órgãos reguladore­s. Procurados, BB e Bradesco não comentaram.

» Diversão e arte. A startup INTI, plataforma de gestão e Business Inteligenc­e (BI) de venda de ingressos, projeta movimentar R$ 100 milhões no mercado (Gross Merchandis­e Value, total de vendas) em 2019. Desse montante, 50% devem ser conquistad­os com a venda de ingressos, 30% com ingressos de temporada (season tickets) e 20% com doações. O volume, se confirmado, representa­rá cresciment­o de 150% ante 2018.

» Impulso. Para dar início ao negócio, a startup recebeu o aporte de R$ 150 mil da acelerador­a Ace. A empresa está instalada no InovaBra, centro de inovação do Banco Bradesco.

Até que enfim. Tique-taque. Troca de mãos.

 ?? DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO - 1/8/2018 ?? Novo mercado. LIGs a serem emitidas pelo Itaú Unibanco começaram a ser registrada­s recentemen­te
DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO - 1/8/2018 Novo mercado. LIGs a serem emitidas pelo Itaú Unibanco começaram a ser registrada­s recentemen­te
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FABIO MOTTA/ESTADÃO - 28/9/2017

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