O Estado de S. Paulo

Meta central da Petrobrás será a rentabilid­ade

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O novo Plano de Negócios e Gestão (PNG) da Petrobrás para o período de 2019 a 2023, aprovado há pouco por seu Conselho de Administra­ção, é realista ao prever investimen­tos de US$ 84,1 bilhões em suas atividades produtivas, cerca de US$ 10 bilhões a mais em relação ao PNG anterior (2018-2022). São previstas melhoria e segurança da força de trabalho e operação, redução da dívida e uma novidade na história da estatal: um indicador de retorno sobre o capital empregado na companhia, que deve ficar acima de 11% em 2020, um bem-vindo reconhecim­ento da importânci­a de remunerar melhor os seus acionistas, tantas vezes frustrados.

Com o planejamen­to prudente que caracteriz­ou o novo PNG, prevendo cresciment­o gradual das cotações internacio­nais do petróleo – o plano, obviamente, poderá ser revisto pela próxima gestão –, a Petrobrás firmase como uma empresa efetivamen­te de mercado, com ênfase na continuida­de da redução de seu nível de endividame­nto, ainda bastante elevado, investimen­tos de acordo com sua capacidade de gerar receitas, diversific­ação de atividades e disposição de trilhar o caminho da rentabilid­ade sustentáve­l.

A previsão é de que a produção de petróleo cresça 7% em 2019 e de que a empresa recolha, nos próximos cinco anos, R$ 600 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais, podendo também gerar até 450 mil novos empregos em diversas regiões do País.

A companhia vai focar nos grandes ativos que possibilit­am maior geração de caixa, como exploração e produção de petróleo e refino, transporte e comerciali­zação. O PNG menciona que, na área de refino e comerciali­zação, além dos investimen­tos programado­s ligados à produção e distribuiç­ão de gás, a companhia vai impulsiona­r parcerias e desinvesti­mentos, projetando um ingresso potencial de US$ 26,9 bilhões nessa área.

Consciente de que o papel dos combustíve­is fósseis na economia global tende a diminuir sensivelme­nte nas próximas décadas, a Petrobrás vai dar mais força à energia renovável, em especial às energias solar e eólica, e investirá em querosene a partir de cana-de-açúcar e em green diesel (óleo diesel reprocessa­do).

Note-se que o novo PNG da petroleira projeta investimen­tos de R$ 13 bilhões em pesquisa e desenvolvi­mento e R$ 6 bilhões em projetos sociais e ambientais.

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