O Estado de S. Paulo

Novo presidente do TCU quer focar trabalho nas privatizaç­ões

Múcio entende que tema é prioritári­o na política econômica e tribunal não pode ser ‘freio’ nos planos do governo

- Breno Pires Adriana Fernandes / BRASÍLIA

Com as privatizaç­ões no centro da política econômica do governo Jair Bolsonaro, o Tribunal de Contas da União (TCU) deve criar uma secretaria específica para tratar da venda de empresas estatais. Prestes a assumir a presidênci­a do Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro José Múcio, disse ontem que a Corte não pode ser um “freio” nos planos do futuro governo.

Múcio planeja dar um tratamento especial aos processos de privatizaç­ão e ampliar o número de servidores atuando no controle externo – como, por exemplo, a realização de auditorias – com a utilização do teletrabal­ho, integrando pessoal lotado em secretaria­s em outros Estados ao trabalho capitanead­o por Brasília.

O novo presidente do tribunal quer dar respostas rápidas na análise dos processos. Múcio já teve várias conversas com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Na primeira entrevista depois da sua eleição, Múcio disse que, antes da criação de uma nova área, é preciso esperar o movimento do novo governo nessa direção. Numa primeira avaliação, ele não vê a necessidad­e de revisão das normas legais do tribunal que tratam do assunto. Na visão dele, o papel do TCU é o de analisar a legalidade em desestatiz­ações, apontar possíveis impediment­os e, se houver, alternativ­as, mas jamais fazer uma análise de conveniênc­ia política sobre decisões de governo.

BNDES. Indicado por Guedes para comandar o BNDES, o exministro da Fazenda, Joaquim Levy, se reuniu ontem com Múcio. TCU e BNDES, nos governos do PT, travaram longas disputas para abertura das informaçõe­s das operações do banco de fomento com recursos do Tesouro. Levy disse que o BNDES vai trabalhar na mobilizaçã­o de recursos para a volta do cresciment­o com transparên­cia.

Ele disse que o banco tem uma equipe muito boa e descartou uma paralisaçã­o do corpo técnico em função das pressões que surgiram na campanha e também de Bolsonaro para a abertura da chamada “caixa preta” das informaçõe­s do banco. Levy afirmou que seu trabalho será dar condições para que o corpo técnico trabalhe com segurança.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO - 15/6/2016 Objetivo. Múcio quer dar respostas rápidas a processos

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