Espanhol detido usava identidade venezuelana
Carlos Garcia Juliá, preso em São Paulo por atentado de 1977 em Madri, entrou no Brasil por Pacaraima
O espanhol Carlos García Juliá, detido na quarta-feira na cidade de São Paulo por ter participado de um atentado terrorista em Madri, em 1977, estava foragido no Brasil desde 2001 e utilizava uma identidade falsa venezuelana. Ele entrou no Brasil pela cidade de Pacaraima, no Estado de Roraima, explicou o representante regional da Interpol em São Paulo, Reinaldo Campos Sperandio.
Juliá, porém, solicitou um visto provisório apenas em 2009, quando alegou que era motorista de Uber, disse Campos Sperandio durante uma entrevista coletiva realizada na capital paulista com representantes da Polícia Federal do Brasil e da Polícia Nacional da Espanha.
Juliá foi registrado antes pelas autoridades brasileiras como um cidadão venezuelano com a identidade de Genaro António Materan Flores. Ele foi detido na noite de quarta-feira perto de sua residência, no bairro da Barra Funda, depois de uma longa investigação das autoridades espanholas e brasileiras, que contou com a colaboração da Interpol.
Os trabalhos no Brasil começaram em maio, quando a presença do criminoso foi identificada em São Paulo, segundo o superintendente regional da PF, Disney Rosseti. As autoridades espanholas solicitaram ao Brasil a detenção com fins de extradição, embora o pedido por parte da Espanha ainda não tenha sido apresentado formalmente.
Sumiço. Carlos García Juliá cumpriu 14 dos 193 anos de prisão aos quais foi condenado em 1980 por cinco assassinatos e quatro tentativas de homicídio em um escritório de advocacia no centro de Madri.
Em 1994, Juliá recebeu uma permissão para viajar ao Paraguai, mas a decisão foi revogada pouco depois e a Espanha solicitou seu retorno imediato para terminar de cumprir a pena. O condenado desapareceu e iniciou então uma história de fugas pela América Latina. Desde que sumiu na Bolívia, Juliá teve a presença detectada no Chile, na Argentina, na Venezuela e no Brasil.
Investigação
“Tínhamos notícias de que ele estaria em algum país da América Latina. Tivemos a sorte de encontrar uma pista importante” Marcos Frias Barbens
POLÍCIA NACIONAL DA ESPANHA