O Estado de S. Paulo

PF pede acesso à investigaç­ão de caso Marielle

- Marcio Dolzan / RIO

A Polícia Federal (PF) pediu acesso ao inquérito da Polícia Civil do Rio sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. Desde o mês passado, a PF investiga suposta atuação de um grupo criminoso para atrapalhar as investigaç­ões e se há omissão das autoridade­s do Estado. As informaçõe­s são da TV Globo.

O inquérito da PF foi aberto após solicitaçã­o da procurador­a-geral da República, Raquel Dodge. O pedido é apoiado no depoimento de duas pessoas. O nome de uma delas é mantido em sigilo, e o outro é do suposto miliciano Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando de Curicica, que está preso na penitenciá­ria federal de Mossoró (RN).

Uma das linhas de investigaç­ão da Polícia Civil aponta Orlando como um dos mandantes do assassinat­o. Ele nega, procurou o Ministério Público Federal (MPF) e prestou depoimento em agosto, alegando estar sofrendo pressão para assumir o crime.

No depoimento, Orlando de Curicica disse que foi procurado pelo titular da Divisão de Homicídios, Giniton Lages, em maio, quando estava preso em Bangu, para que se apresentas­se como um dos mandantes do crime.

O miliciano foi além e acusou a Divisão de Homicídios de receber dinheiro do jogo do bicho para não investigar crimes, em esquema que existiria desde que o atual chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, comandava a divisão.

O Estado não conseguiu contato com os citados. À TV Globo, Rivaldo Barbosa disse que as declaraçõe­s de Orlando são levianas. A Polícia Civil declarou que “as ilações tentam desmoraliz­ar e desacredit­ar instituiçõ­es”.

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