O Estado de S. Paulo

Carnaval de rua troca 23 por Tiradentes

Avenida terá grandes atrações, como o bloco da cantora Claudia Leitte; palcos fixos e ações de marketing também ficam de fora da folia

- Pedro Venceslau COLABOROU PRISCILA MENGUE /

O carnaval de rua de São Paulo vai ganhar dois novos corredores em 2019 para receber os blocos. Com a Avenida 23 de Maio, na zona sul, fora da programaçã­o, as Avenidas Marquês de São Vicente, zona oeste, e Tiradentes, no centro, serão usadas. O bloco da cantora Claudia Leitte, por exemplo, vai desfilar pela Tiradentes. A programaçã­o ainda não foi fechada, mas outras agremiaçõe­s devem ir para o Ibirapuera, zona sul, e a Consolação, região central. “O carnaval será mais descentral­izado em 2019, e isso vai permitir que ele cresça”, disse ao

Estado o secretário das Subprefeit­uras, Alexandre Modonesi. Balanço da pasta aponta que o total de desfiles pode saltar de 459 este ano, para 737 em 2019 – alta de 60,5%. Ao todo, serão 323 trajetos espalhados pela capital, que receberá 645 blocos.

A 23 de Maio, que chegou a reunir 2,6 milhões de foliões este ano, segundo cálculos da Prefeitura, foi excluída após recomendaç­ão do Ministério Público Estadual, ressaltand­o que ali não havia rotas de fuga.

Outra novidade é que em 2019 não vai mais haver palcos fixos. Na edição deste ano foram quatro: Itaquera, Pirituba, Largo da Batata e Anhangabaú. “O carnaval de rua de São Paulo é de bloco. Os palcos foram pensados para o momento da dispersão, o que não aconteceu. O recurso será mais bem utilizado para melhorar a infraestru­tura e segurança”, disse Modonesi.

Na folia de 2019, patrocinad­ores também ficarão proibidos de fazer a chamada “ativação de marca”, como o chuveiro de glitter, a roda-gigante e a montanha-russa que foram usadas nos últimos dois anos. A Prefeitura está realizando leilão para escolher o patrocinad­or do carnaval de rua. A consulta pública foi aberta na quarta-feira e o lance inicial é de R$ 19,5 milhões.

No ano passado, os patrocinad­ores investiram R$ 15 milhões em logística infraestru­tura e segurança. Esse valor foi o triplo de 2016. O carnaval do ano que vem receberá o maior apoio de todos os tempos. A expectativ­a é de que o nome do patrocinad­or seja definido até o início de janeiro. “O fato de São Paulo estar se tornando o maior carnaval do Brasil possibilit­a que se tenha um maior patrocínio para a cidade”, disse o secretário.

Fomento. O patrocinad­or terá de pagar toda a infraestru­tura: banheiros, grades, apoio a trânsito, indicação de faixas e banners. Uma parte desse patrocínio – R$ 1 milhão – será usada para fomentar blocos comunitári­os na periferia da cidade. Cerca de 130 agremiaçõe­s já se inscrevera­m nessa categoria e receberão recursos. “O maior impeditivo para esses blocos era não poder pagar carro de som e ambulância”, disse Modonesi.

Essa modalidade, aliás, poderá receber até 15 mil foliões e os desfiles só poderão ocorrer nos dias de carnaval, nem antes nem depois. A programaçã­o geral se estenderá de 23 de fevereiro a 10 de março e a estimativa é de reunir 5 milhões de foliões. Das 32 subprefeit­uras, 29 terão percursos carnavales­cos.

 ?? DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO-17/2/2018 ?? Fim à vista. MP alegou que a 23 não apresentav­a rotas de saída; agora, patrocinad­or vai bancar toda a festa e também terá de dar recursos para agremiaçõe­s da periferia paulistana
DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO-17/2/2018 Fim à vista. MP alegou que a 23 não apresentav­a rotas de saída; agora, patrocinad­or vai bancar toda a festa e também terá de dar recursos para agremiaçõe­s da periferia paulistana

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