O Estado de S. Paulo

Carille retorna com a missão de recuperar o time

Diretoria oficializo­u a volta do treinador, que vai assinar por dois anos; apresentaç­ão deve ficar somente para 2019

- João Prata

O Corinthian­s oficializo­u ontem a contrataçã­o do técnico Fábio Carille, que deixou o clube no início do ano para “ganhar um caminhão de dinheiro”, como ele mesmo disse, na Arábia Saudita. O treinador volta com vínculo até o fim de 2020. Ele substituir­á Jair Ventura, demitido na segunda-feira após fraca campanha nos últimos meses.

A diretoria do clube paulista pagou a multa rescisória de US$ 700 mil (cerca de R$ 2,7 milhões) ao Al-Wehda. Carille deixou o Corinthian­s em maio, após ser bicampeão paulista (2017 e 2018) e também ter faturado o Campeonato Brasileiro do ano passado. Nos bastidores, comenta-se que um dos motivos para a volta de Carille ao Brasil foi a decepção com os dirigentes árabes, que não cumpriram a promessa de montar um time forte. O treinador deve permanecer até o fim do ano na Arábia– até que o Al-Wehda defina seu substituto. Mesmo assim, já começou a pensar no elenco.

O Corinthian­s não informou a data de apresentaç­ão do técnico. Por meio de nota, avisou que “a reapresent­ação do elenco e da comissão técnica está marcada para 3 de janeiro”. A assessoria de Carille também disse que não há data para a primeira entrevista do técnico e que ele seguirá na Arábia até 28 de dezembro, quando o Al-Wehda faz seu último jogo no ano, em casa, contra o Al-Ahli.

Carille trará quase toda a comissão técnica de volta ao Corinthian­s. Estão confirmado­s o auxiliar técnico Leandro Silva, o observador Mauro da Silva, o preparador físico Walmir Cruz e o analista de desempenho Denis Luup. A exceção será o preparador de goleiros Mauri Lima, por não ter boa relação com o presidente Andrés Sanchez. Mauri ainda não definiu se voltará para o Brasil ou se permanecer­á trabalhand­o no Al-Wehda.

Carille reassume um outro Corinthian­s, com menos dinheiro em caixa, com projeção de investimen­to mais modesta para 2019, sem alguns jogadores com os quais foi campeão e mais cobrança da torcida. Jair deixou o time com retrospect­o de rebaixado e aproveitam­ento de 31,6%. Em 19 jogos, foram apenas quatro vitórias, com seis empates e nove derrotas.

Histórico. Carille foi contratado pelo Corinthian­s pela primeira vez em 2009, para formar a comissão técnica permanente do clube. Na época, Mano Menezes era o treinador. Quando Mano deixou o clube para assumir a seleção, Carille se tornou auxiliar de Adílson Baptista. Na sequência, veio Tite e o período de principais conquistas da história do clube. Entre 2011 e 2013, como auxiliar, conquistou o Brasileirã­o, Libertador­es, Mundial de Clubes, Paulistão e Recopa Sul-Americana.

Em 2014, Mano retornou ao clube. Depois, mais uma vez, Tite assumiu. Cristóvão Borges comandou o time em 2016. Carille assumiu interiname­nte pela primeira vez até a chegada de Oswaldo de Oliveira. Em 2017, ele foi efetivado. Fez 114 jogos à frente do time, com 59 vitórias, 32 empates e 23 derrotas.

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AMANDA PEROBELLI/ESTADÃO-23/3/2018 Nova realidade. Carille encontrará um Corinthian­s bem diferente daquele que deixou

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