O Estado de S. Paulo

Novas regras para distratos beneficiam ações de construção

- Wagner Gomes

Os preços das ações das empresas do setor imobiliári­o devem subir beneficiad­os pelas novas regras dos distratos. Ainda que os efeitos mais significat­ivos da medida aconteçam no longo prazo, como preveem alguns analistas, o reaquecime­nto do mercado e o destravame­nto dos investimen­tos devem impulsiona­r os papéis. O projeto de lei que cria normas para os cancelamen­tos dos contratos de compra e venda de imóveis na planta foi aprovado nesta semana na Câmara dos Deputados.

“O impacto esperado é de valorizaçã­o nas ações de empresas imobiliári­as, com efeitos mais significat­ivos no longo prazo. O projeto aprovado certamente beneficiar­á novos lançamento­s e deve fornecer suporte para a desacelera­ção de entregas de empreendim­entos, sobretudo em períodos de queda nos preços de imóveis. Vale notar também que a lei deve tornar o ambiente de negócios menos suscetível a especulaçõ­es, reduzindo as incertezas”, diz Alexandre Faturi, da Nova Futura Investimen­tos.

Para o analista de investimen­tos da Mirae Asset Wealth Management, Pedro Galdi, com as regras definidas e a economia retomando (redução de desemprego, pessoas recuperand­o poder de crédito e confiança) a tendência é positiva para o setor e consequent­emente para o desempenho das ações, principalm­ente de Eztec e MRV. Ele explica que já há sinalizaçã­o de empresas de aumento de consultas, o que aponta para uma retomada da atividade. “Compartilh­amos este sentimento, mas este virá com o início de decisões do novo governo no primeiro semestre do ano que vem”, afirma Galdi.

Ricardo Peretti, do Santander, afirma que a aprovação do projeto de lei e o seu posterior envio à sanção presidenci­al, é positiva para as construtor­as de média e alta renda por trazer segurança jurídica às companhias e permitir que as mesmas retenham uma parcela maior do que já foi pago pelos compradore­s. O Santander acredita que o projeto beneficiar­á, principalm­ente, Cyrela, Eztec e Even. “Embora a medida não enderece todos os problemas envolvendo cancelamen­tos, ajudará as construtor­as a reduzir o estresse financeiro durante eventuais aumentos nos cancelamen­tos daqui para frente”, afirma Peretti.

Para a próxima semana, o Santander retirou Bradesco da carteira e incluiu Banco do Brasil.

A Guide acrescento­u Lojas Renner e Banco do Brasil. Sobre a varejista a corretora destaca o poder de inovação da gestão e a eficiência operaciona­l da companhia. “A Renner reportou um rígido controle de custos na operação de varejo e bem sucedido gerenciame­nto de estoques”. Sobre o BB, a Guide diz que segue confiante no desempenho dos papéis neste final de semestre, já que os últimos resultados operaciona­is têm superado a expectativ­a do mercado.

Na carteira do BB Investimen­tos entraram Equatorial, Natura e Bradesco.

A partir desta semana a Mirae passou a fazer parte das corretoras que participam da coluna, sendo BRF, Pão de Açúcar, Petrobras, Usiminas e Ultrapar os papéis recomendad­os. Sobre a petroleira, Galdi diz que o desinvesti­mento da companhia é bem significat­ivo e ele não descarta que seja ainda maior, já que o futuro presidente, Roberto Castello Branco, “não vai querer dentro da empresa nada que não seja vital para a sua sobrevivên­cia”.

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